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Pedágio da Terceira Ponte vira foco de reivindicações populares

O movimento popular que ganhou as ruas na semana passada e levou 100 mil à manifestação em Vitória começa a traçar seus confrontos internos. Se nos outros estados a tarifa do transporte público é um dos focos da disputa, nota-se do Espírito Santo uma tendência de centralização da discussão na pauta da mobilidade urbana, tendo como foco a Terceira Ponte. 
 
Oficialmente batizada de Deputado Darcy Castello de Mendonça, a construção da ponte, a maior obra já realizada no Estado, teve início em 1978 e começou a operar em 1992, com a concessão do pedágio à Rodosol.
 
A questão virou problema político e em várias ocasiões na última década o Movimento Passe Livre foi às ruas da cidade cobrar não só a redução da tarifa e a discussão transparente das planilhas de custo dos ônibus, mas também sobre a utilização da ponte pela população. 
 
Os protestos no Estado acabam sempre envolvendo a Terceira Ponte, com marchas e a abertura das cancelas da praça do pedágio. Para boa parte da população o movimento de veículos diariamente nesses 20 anos de concessão para a Rodosol já teriam custeado a construção da ponte. Até porque algumas em obras complementares como o Contorno de Guarapari e a polêmica urbanização do Canal Bigossi, cláusulas contratuais foram assumidas pelo governo do Estado. 
 
A cada novo protesto fica mais evidente que a indignação popular contra a empresa é maior e os protestos mais violentos, culminando com a destruição das cabines do pedágio na última quinta-feira (20). A ação da empresa na manhã desta segunda-feira (24) foi vista como uma afronta à população. Muitos dos motoristas e usuários do transporte coletivo, que ficaram por horas parados no engarrafamento que se formou no início da manhã, cobravam um posicionamento do governo do Estado sobre o assunto. 
 
A determinação do governo do Estado, em meio ao caos que se transformou o trânsito como um todo na Grande Vitória, de que as cancelas fossem liberadas, cria a expectativa de que os recursos devem vir a ser cobrados do poder público, o que pode ajudar a acirrar os ânimos dos manifestantes. 
 
Se a pauta dos protestos populares começou difusa no início, no Estado a centralização das manifestações tende à questão do pedágio da Rodosol. A ida do governador Renato Casagrande e do prefeito de Vitória Luciano Rezende (MD) ao encontro com a presidente Dilma Rousseff, para a discussão da mobilidade urbana, parece ter um foco certo. Os governantes capixabas vão pedir recursos para o BRT, que defendem como solução para melhorar o tráfego nas principais vias da Grande Vitória. Mas a discussão sobre a Ponte e a qualidade do serviço de transporte público oferecido à população terão de ser discutidos com a população. 

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