Neste domingo (21) comemora-se o Dia da Árvore, já na segunda-feira (22) é o Dia Mundial sem Carro, que remetem a um tema que costuma passar ao largo do processo eleitoral: o meio ambiente. A maioria dos candidatos evita o assunto porque entende que falar de meio ambiente inibe a vinda de grandes projetos e a população daria mais atenção à oportunidade de emprego do que à questão ambiental.
Uma grande ilusão ou uma grande mentira? Na verdade a classe política, em parceria com uma mídia corporativa, criou essa ideia de que apenas os grandes projetos poluidores são capazes de gerar emprego e renda para a população. Mentira. As pequenas empresas é que movimentam a economia local, já que o imposto das poluidoras não fica no Estado.
E porque a classe política e parte da mídia adotaram esse discurso? Porque são essas poluidoras é que financiam as campanhas milionárias de alguns candidatos, que posteriormente vão defender os interesses desses empreendimentos no Parlamento ou no Executivo. Já a mídia, muitas vezes confunde departamento comercial com visão editorial. E aí cria-se uma cadeia de interesses difícil de ser superada.
São histórias para boi dormir. Distribuir mudas de espécies da Mata Atlântica é até bonito e pode ajudar a conscientizar as crianças. Mas acabar com o deserto verde que se espalha pelo Espírito Santo é uma discussão que ninguém quer topar.
Quanto aos carros, quem dos candidatos vai defender uma ação radical para tirar os automóveis das ruas, como o rodízio? É melhor prometer pontes e viadutos, que são onerosos, geram renda para as empreiteiras que, por sua vez, financiam os candidatos, e assim vai.
Enquanto o financiamento de campanha for privado, as poluidoras vão continuar elegendo seus representantes seja no Estado, seja em Brasília. A população é que não entende que, no final das contas, quem paga mesmo essa conta é ela.
