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Estratégia

 
O anúncio feito em A Tribuna pelo presidente da Convenção das Assembleias de Deus no Espírito Santo (Cadeeso), pastor Oscar de Moura, de apoio da entidade à candidatura do ex-governador Paulo Hartung ao governo, é uma jogada política e tanta. Mais do que o fato de o setor evangélico representar 30% do eleitorado, Hartung tenta, assim, colar sua imagem à da presidenciável Marina Silva (PSB), que além de ser a principal destinatária dos votos dos evangélicos, ameaça a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e tem ótima aceitação no eleitorado capixaba. Ao contrário do candidato de Hartung à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), de quem o ex-governador quer distância. A ex-senadora é da Assembleia de Deus e receberá, em breve, o apoio da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Como Hartung de bobo não tem nada, já se antecipa para levar os votos da ex-senadora por aqui e criar um cenário favorável a ele. Se Casagrande não conseguir emplacar seu nome como o candidato de Marina Silva, vai levar bolada nas costas. 
 
Tem peso
A matéria dá a dimensão do que representa o apoio da entidade: são 400 Assembleias de Deus em todo o Estado, com cerca de 600 mil membros. Oscar de Moura diz que votaram pelo apoio 49 dos 50 pastores que compõem a diretoria da Cadeeso. Se isso é real ou não, a articulação foi bem amarrada.
 
Mudou de lado
Esse mesmo pastor correu para o lado de Casagrande para conseguir apoio à sua campanha à reeleição na presidência da Cadeeso, em março deste ano. Na página de campanha dele, o primeiro vídeo é de Casagrande. Olha a legenda: “o governador do Estado, Dr. Renato Casagrande também apoia o Pr. Oscar Moura na eleição da Cadeeso 2014. Oh Glória”.
 
Mudou de lado II
O nome da página é “Amigos do pastor Oscar Moura”. Só acessar.
 
Quem dá mais?
Em 2010, antes da reviravolta política que marcou o pleito, o pastor Oscar de Moura, também em nome da Cadeeso, havia declarado apoio ao senador Ricardo Ferraço (PMDB) ao governo do Estado. Em entrevista à revista Comunhão, para justificar tal apoio, ressaltou o fato dele ser o candidato de Hartung.
 
Do ramo
Pela primeira vez tendo na disputa presidencial dois representantes do setor – além de Marina, o pastor Everaldo Dias (PSC) -, o poder de voto dos fiéis está mais em destaque do que nunca. Como a ex-senadora é quem tem reais condições de disputa, receberá a maioria dos votos do segmento.
 
Alcance
Embora o País seja predominantemente católico, especialistas destacam as diferenças entre as religiões no que se refere à eleição, que ultrapassa a questão de princípios. Os evangélicos costumam ser solidários a candidatos do setor e suas lideranças têm forte poder de mobilização. Outro ponto importante: seja por emissoras próprias ou espaços alugados, estão na TV. 
 
Loteado
No jornal O Globo, nessa quinta-feira, a colunista Magali Cunha apontou pontos de um levantamento que indica a presença de 327 candidatos apresentados como evangélicos este ano, para todos os cargos disputados. Um aumento de 12,5% em relação às eleições de 2010. Hoje, o grupo tem 73 parlamentares no Congresso (três senadores e 70 deputados). 
 
Aspas
“Estudos mostram que muitos desses números refletem uma tendência à aceitação da prática de voto de cabresto, com líderes religiosos fazendo as vezes dos clássicos coronéis da política brasileira”, comparou a jornalista.
 
140 toques
“O ativismo gay retira o apoio a Marina. Maravilha! No 1º turno vou votar no Everaldo, pois tenho palavra. No 2º voto em Marina”. (Pastor Silas Malafaia – no Twitter).
 
PENSAMENTO:
“Um grande império e mentes pequenas vão mal juntos”. Edmund Burke

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