Guerra fundamentalista
“Ler a literatura de um país estrangeiro é o mesmo que viajar para o exterior. Situações que os moradores aceitam como lógicas nos parecem absurdas... Em nosso desejo de conhecer o coração do país, procuramos o que seja mais diferente do que estamos acostumados a ver, e declaramos que essa é a verdadeira essência do país” - Virgina Woolf – American Letters.
Em 2010, a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, foi condenada à pena de morte por ter cometido adultério. A punição é o apedrejamento até à morte, conforme determina uma lei de 1991, baseada no fundamentalismo religioso do país, nos casos em que a mulher traia aquele que a sustenta. A pena foi suspensa indefinidamente graças à mobilização de seus filhos junto a várias organizações internacionais de defesa dos direitos humanos. A Anistia Internacional, no entanto, revela que seu destino hoje é incerto.
No Brasil, o ambicioso fundamentalismo ideológico petista possibilitou a chegada do fundamentalista religioso Marco Feliciano à Presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmera dos Deputados. Os petistas reconhecem que o deputado faltou com o decoro quando chamou seus pares de satanás. Mas ele fez coisas ainda piores, como permitir que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), na seção do dia 13 de março, dissesse a manifestantes que “acabou a festa gay”, entre outras barbaridades anteriores.
A intolerância e a incompreensão humana é o tema central da reflexão que a fotógrafa Diana Markosian faz em seu trabalho "Goodbye My Chechnya", debruçando-se sobre o mundo islâmico para mostrar, através desse documentário, a forma de vida das jovens da Chechênia. Markosian explica que a vida nesse país é uma das mais rígidas da cultura islâmica para as mulheres. O simples fato de fumar pode resultar em prisão, e o ato sexual antes do casamento resulta em pena de morte. Para elas, apenas.
O fato da região ter estado em guerra durante os últimos vinte anos foi decisivo para a fotógrafa escolher Grozni, a capital do país, para desenvolver seu trabalho. Sua coragem e dedicação lhe renderam vários prêmios e o reconhecimento da Unicef. Em 2011, sua fotografia de uma mãe terrorista ganhou o prêmio de foto do ano da Agência Reuters.
A imagem da semana é Khedi Konchieva, com o namorado da fotógrafa, o argentino Diana Markosian, da série "Goodbye My Chechnya". Para ver mais desse trabalho visite, http://www.dianamarkosian.com/open.
Glauco Frizzera é fotógrafo, com mestrado em Fotografia pela Barry University. Mestrando em Business and Administration, e vencedor do prestigiado premio Photoshop Guru Award. Visite o site www.glaucofrizzera.com. Para entrar em contato com a coluna, envie email para:
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