Na hora do voto volátil, esse de véspera da eleição, nada como indicar o mais provável ganhador do pleito, para pegá-lo. Só que, desta vez, ao adotar seu antigo expediente para induzir o eleitor, ainda mais quando se encontram em jogo os interesses do ex-governador Paulo Hartung (PMDB), o descrédito Instituto Futura teve que recorrer à companhia de um instituto idôneo, o Ibope. Mas escolheu errado. Pois enquanto escondeu, em matéria neste sábado (4), publicada em A Gazeta, os votos dos candidatos nanicos – somados não chegam a 5% -, apontando Hartung como vitorioso no primeiro turno, o Ibope apresentou-os em sua pesquisa com 11%, distribuídos por Roberto Carlos (PT), com 6%; Camila Valadão (PSOL), com 3%, e Mauro Ribeiro (PCB), com 2%, cenário capaz de levar para a próxima fase a disputa entre o Hartung e o governador Renato Casagrande. Como também já havia aventado o Instituto Brand (Século Diário) e, neste sábado, a Enquet (A Tribuna).
Manobra eleitoral II
O último apronto semelhante foi nas eleições municipais (2012), quando o Futura fez a mesma coisa. Colocou na frente Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), candidato de Hartung à Prefeitura de Vitória, e quem levou o pleito foi o atual prefeito Luciano Rezende (PPS).
Cadê?
Coincidências à parte, o que tem de gente comentando, neste sábado (4), que não encontrou o jornal A Tribuna para comprar nas bancas, não é brincadeira. Passaram antes e limparam o estoque.
Infiel
Hartung tem a seu desfavor o fato de construir suas eleições com essa estratégia do “já ganhou”. O que indica que ele não buscar fidelizar seus votos. Essa falta do voto fiel foi o que quase fez com que ele perdesse as eleições para o ex-governador Max Mauro, quando conquistou o governo pela primeira vez.
Sofreu
Naquela oportunidade, o ex-governador contou com quase a totalidade dos prefeitos e Max ficou apenas com quatro deles e a maior parte dos candidatos a deputado estadual e federal. Mas já tinha o Instituto Futura com suas pesquisas, passando a ideia de que Max seria, irremediavelmente, derrotado.
Como sempre
Apesar de alguns esforços isolados de juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), nestas eleições só pegaram peixe miúdo, candidatos do andar de baixo da política capixaba. Os fichas sujas do andar de cima escaparam todos, sem exceção.
Foi mal
Seja qual for o resultado das eleições, o senador Magno Malta (PR) é o político que sairá como derrotado. Só acumulou erros, como trocar a disputa ao governo do Estado pela de presidente da República. Não conseguiu, como desejava, ser candidato, como também foi um fiasco com o seu apoio à candidatura do pastor Everaldo (PSC).
Foi mal II
Na corrida ao governo do Estado, as pesquisas mostravam as boas possibilidades eleitorais de Magno. Apostou errado também quando entrou na candidatura de Fabiano Contarato para o Senado, que o deixou na mão e ainda o trocou pela companhia do seu adversário Paulo Hartung.
De fora
Além de não ter encarado a disputa estadual, Magno não apoiou nenhum candidato ao governo. Poderia ser a bala de prata da disputa e acabou como um político fora de prumo e de futuro incerto.
Vítima
Vale o registro, nessa hora em que Rose de Freitas (PMDB) caminha para ocupar a vaga ao Senado. Mais uma vez, Hartung tirou a cadeira da mão de Luiz Paulo Vellozo Lucas, atropelando-o, como fez na hora em que o PSDB fechava um acordo para compor palanque com Casagrande. Seria uma barbada para ele.
PENSAMENTO:
“Democracia no Brasil é ainda intervalo comercial”. Nelson Pereira dos Santos