Na entrevista que concedeu ao jornal A Gazeta nesta segunda-feira (3), o marqueteiro Jorge Oliveira acabou assumindo a principal falha das gestões de Paulo Hartung, negada por ele e seus aliados: sempre governou para a elite capixaba. Isso ficou claro nas declarações sobre a estratégia utilizada na campanha do governador eleito, com foco na popularização do candidato. A distância de Hartung do povo foi identificada nas pesquisas feitas pelo marqueteiro para “vender” seu candidato e resultou no gesto e na música do “abrace o Paulo”, além do abandono de seu uniforme tradicional, o paletó. Jorge Oliveira acertou em cheio o ponto que deveria nortear seu trabalho, mas erra ao atribuir esse distanciamento ao período de quatro anos em que Hartung ficou sem mandato, já que “preferiu durante esse tempo não se intrometer no governo aliado que ajudou eleger”. Longe disso! Primeiro que Hartung nunca foi um político do povo e seus oito anos de mandato são a prova clara desta constatação; segundo, nunca foi segredo para ninguém que o governador eleito manteve os pés e as mãos na gestão de Renato Casagrande, até decidir ser candidato e iniciar o discurso de desgaste do governo socialista. Essa “nova versão de Hartung” resistirá ao tempo? Duvideodó.
Caos
Foi dentro dessa estratégia, também, que Hartung apareceu com aquelas propostas um tanto superficiais para tentar recuperar o passivo social deixado por seus mandatos. Os projetos “escola viva” e “ocupação social” foram repetidos por ele à exaustão, na tentativa de minimizar a herança deixada nas áreas de educação e segurança, que junto com a saúde foram os setores mais prejudicados no governo passado.
Privilegiados
Enquanto isso, os grandes empresários nadaram de braçada…
Nem tanto
Embora Oliveira tenha aproveitado a oportunidade para repetir o discurso de vitimização em relação às denúncias que vieram à tona durante as eleições, a ponto de dizer que Casagrande não foi para o segundo turno porque adotou campanha agressiva e revanchista, a estratégia colou mesmo no interior, onde a equipe de Casagrande falhou. Na Grande Vitória, região em que a população teve mais acesso aos escândalos, Hartung perdeu.
Mergulhou
A propósito, se Casagrande não reagir às críticas propagadas por Hartung e seus aliados neste período pós-eleições, vai ser jantado de vez. O governador sumiu do mapa.
Preto no branco
Camila Valadão, que disputou o governo do Estado pelo PSOL, faz a previsão do que estar por vir nos próximos dias, com a divulgação da última prestação de contas dos candidatos. As suspeitas lançadas por ela estão na próxima nota….
Lista
“Mais poluição e degradação ambiental com favorecimentos em licenciamentos ambientais; aumento dos índices de homicídios e encarceramento, com uma política de segurança voltada para repressão e criminalização; violação de direitos humanos e barbárie no sistema prisional e sócioeducativo; sucateamento e precarização da rede pública de ensino; privatização da saúde pública; aumentos na tarifa do transporte; e recorde de faturamento e de incentivos fiscais às grandes empresas. É daí pra pior.
Forçou
Depois de “bombar” na imprensa com a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, Ricardo Ferraço (PMDB) quer agora pintá-lo de herói. Molina é um dos palestrantes do 2º Fórum Liberdade e Democracia, realizado no Vitória Grand Hall, nesta segunda. Ok, o senador boliviano diz que é perseguido político do presidente Evo Morales, mas já foi condenado pela justiça boliviana por desvios de recursos e responde a outros 20 processos, inclusive por corrupção. Não há como ignorar.
Forçou II
Molina chegou a Vitória nesse sábado (1) como visitante ilustre. Ferraço registrou fotos em suas redes sociais, ao lado do filho.
Uma atrás da outra
Os deputados estaduais continuam a todo vapor com a realização de sessões solenes na Assembleia. Na quinta-feira passada, Roberto Carlos (PT) homenageou 16 mulheres do campo; nesta segunda, Da Vitória (PDT) faz o mesmo com os bombeiros, ao todo 30. Não param.
Nas redes
“Terça-feira [4] é o prazo para a prestação de contas dos candidatos da última eleição. Vamos ver qual a trilha sonora do ES nos próximos quatro anos!”. (Camila Valadão – PSOL – no Facebook)
PENSAMENTO:
“Quando uma multidão odeia um homem, é preciso pesquisar por que; quando uma multidão adora um homem, é preciso pesquisar muito mais”. Confúncio
