Uma prática que se tornou comum no Espírito Santo é a de empresas patrocinadoras de campanhas políticas apostarem nos dois principais nomes na disputa para garantir a vitória, independentemente do resultado. Como a legislação eleitoral exige duas parciais de prestação de contas antes da eleição, esse fenômeno só deve se efetivar este ano na reta final da campanha.
Como os candidatos que lideram a corrida eleitoral são conhecidos do mercado de apostas, fica mais fácil fazer as conversas. Hartung em seus dois mandatos privilegiou a elite empresarial do Estado e, uma vez eleito, não deverá ter um comportamento diferente no governo, por isso, é uma aposta certa. Na frente na disputa ele ainda não recebeu os recursos que devem chegar este mês para a campanha.
Renato Casagrande ao chegar ao governo não mudou a lógica na relação com o empresariado, que continuou tendo cadeira cativa nas discussões das políticas públicas do Estado. Ele está atrás de Hartung na disputa, mas em uma eleição que ainda está aberta e não se sabendo qual o teto de Hartung, o governador tem chance de crescer, ainda mais com o efeito Marina Silva, que está em seu palanque. Neste sentido, também não deve ficar de fora do jogo de interesses dos doadores.
Escolher um dos candidatos e apostar só nele não é uma boa estratégia para quem quer garantir a escolha da música nos próximos quatro anos. A discussão antes do início do processo eleitoral era de que Renato Casagrande seria melhor porque é mais flexível, Hartung exigia um investimento muito alto.
Além disso, o peemedebista é uma aposta para oito anos, Casagrande só poderá ficar mais quatro. Na fila da sucessão está o senador Ricardo Ferraço (PMDB), mais um nome que agrada a elite empresarial do Estado.
O mercado tinha projeto para três palanques e as grandes apostas agora se concentram na polarização entre Casagrande e Hartung, o que exige um investimento alto. Faltando um mês para a eleição, a situação que se tem é essa e não dá para fazer uma aposta de risco. O jeito é apostar alto nos dois cavalos que lideram a corrida.
Fragmentos:
1 – Esta semana, veio à tona na Assembleia Legislativa a discussão sobre a possibilidade de a Fundação de Previdência Complementar do Estado do Espírito Santo (Preves) flexibilizar os percentuais de contribuição dos planos de benefícios ofertados.
2 – O deputado Paulo Roberto (PMDB) tentou permitir que os deputados pudessem ingressar no programa, o que gerou um barulho grande no plenário. Afinal, seguro para deputados já deu muita dor de cabeça para o legislativo e um passado recente.
3 – Tem tanto deputado reivindicando a paternidade dos Institutos Federais de Educação (Ifes), que daqui a pouco vai ser preciso fazer exame de DNA.