Preliminares
Este ano a maioria dos sindicatos realiza eleições para as direções das entidades. Mais do que a escolha de representação de classe, as eleições sindicais são uma espécie de estágio probatório para o que vai acontecer no próximo ano: as eleições partidárias.
Desde o início do movimento sindical, a classe trabalhadora entende que seus líderes devem buscar na política institucional uma representação que aprofunde as bandeiras de luta, trazendo melhores conquistas para as categorias e para a sociedade como um todo.
Até tudo bem. O dirigente sindical deve ser um político antes de tudo, afinal ele vai lidar com as demandas da categoria e negociar com o patronato as garantias das conquistas dessas demandas. Os sindicatos servem como uma escola de preparação para os políticos “profissionais”. E muita gente boa já saiu dessa escola.
O problema está nos movimentos dos líderes sindicais para chegar ao comando das entidades. Isto porque, as centrais que deveriam garantir o equilíbrio desse processo, também estão envolvidas nas discussões eleitorais. Os dirigentes das centrais, que já participaram do processo eleitoral do ano passado, se recuperam do que aconteceu e trabalham este ano para preparar suas próprias candidaturas em 2014.
O que não deveria acontecer. Essas manobras tiram a credibilidade da central em buscar a unidade dos trabalhadores. O agente sindical em disputa eleitoral deve obedecer à ideologia pela qual está sendo colocado no cenário político, ou seja, defender as bandeiras da melhoria de condições de vida do trabalhador e de suas famílias e garantir que a manutenção das garantias existentes.
Infelizmente, antes mesmo de chegar ao poder institucional, os agentes sindicais já adquiriam uma prática condenável dos políticos “profissionais”, a política na base do toma lá, dá cá. É claro que existem as exceções, de gente que saiu do movimento sindical e em seus mandatos institucionais conseguiu desenvolver um trabalho que dignificou a classe trabalhadora. Muita gente, porém, esqueceu sua origem assim que recebeu o diploma de eleito e em nada contribuiu para o fortalecimento do movimento sindical. Tem gente que vota até o projeto de privatização do serviço público.
A sociedade deve ficar atenta aos nomes que são colocados, principalmente os ligados ao movimento sindical. Com a possibilidade de sabermos agora, durante o processo quem são os financiadores de campanha, já dá para se ter uma ideia de quem representa o movimento e quem está apenas pegando carona nas bandeiras trabalhistas.
Abre o olho eleitor.
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