Segunda, 29 Abril 2024

Prendam os suspeitos usuais

 

Vai-se novembro e com ele morre nas minhas duas pátrias o assunto eleições, que como dizia um certo Ari Barroso, graças a Deus não revelaram ninguém. Os faxineiros do TRE já limparam e armazenaram as urnas sagradas; até a próxima se tudo correr bem. Já passei por muitas eleições, mas sempre me espanta a rapidez com que o assunto cai no ostracismo logo depois dos resultados finais.
 
O povo tem que cuidar da vida, embora a mídia ainda se lambuze com  o choro dos vencidos, sempre à cata de bodes expiatórios, e os malabarismos dos vencedores, sempre tentando acomodar as promessas de palanque com a dura realidade e o excesso de conchavos com os poucos cargos disponíveis. E como diria Ari Barroso, se vivo fosse, o mensalão também não revelou ninguém.
 
 
Extra-oficialmente, o ano acaba no dia 30 de novembro, e eventos mais interessantes já invadem as redes sociais: já é natal nas lojas, e lá vamos nós para 2013, esperando que os dois últimos dígitos não tragam piores desmandos que esses a que já nos acostumamos.  Nos States muitos edifícios pulam o número 13 nos apartamentos, porque são mais difíceis de vender ou alugar. Devíamos pular também o próximo ano e entrar direto em 2014, com copa e tudo.
 
E enquanto a copa não chega e  o natal não nos traz o presente que sempre sonhamos ganhar, revelo ao mundo que nesse país do hemisfério norte onde tudo tem que ser diferente, o dia de votar não cai em um específico dia do mês, como nos países civilizados, mas em um dia da semana. Tal como os feriados, que foram rebaixados para as segundas-feiras, votamos na primeira terça-feira de novembro.
 
Essa data não foi decidida nas urnas. Elegeram o mês de novembro por ser a época em que terminavam as colheitas. E o dia? Não podia ser no dia  primeiro por causa do feriado de todos os santos e porque a o dia em que os comerciantes fechavam o balanço de outubro. Sábado e domingo nem pensar. Não podia ser na segunda-feira porque muitas pessoas tinham que viajar para votar, e por motivos religiosos não viajavam no domingo. Que seja a terça, então!
 
Apenas em 1920 as mulheres americanas conquistaram o direito de votar, mas até a história oficial pode estar errada. A primeira mulher a votar nos Estados Unidos foi Charley Parkhurst, que votou na campanha do presidente Ulysses Grant,  52 anos antes.  Charley sempre se vestiu de homem e só descobriram que era mulher quando morreu. Não admira, pois um de seus muitos ofícios, e o mais duradouro, foi de cocheiro de carruagem no oeste selvagem.

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