Quinta, 25 Abril 2024

Quem paga a conta?

Dia desses, ouvi de uma liderança política que o povo do interior estaria arrependido da escolha feita em 2014, principalmente quem confiou na defesa da educação como prioridade no governo Paulo Hartung (PMDB), já que essa foi sua bandeira de campanha. Isso porque, os efeitos dos cortes do enxugamento feitos na área foram sentidos mais nitidamente nas escolas do interior, principalmente, pelas famílias camponesas. 
 
A equipe de Hartung tem uma missão muito clara, trabalha com a planilha. A ordem é enxugar. E vem fazendo tão bem esse trabalho, que conseguiu até pagina inteira em publicação nacional. A secretária de Fazenda, Ana Paula Vescovi, estrela uma matéria sobre o exemplo do Espírito Santo, que fecha o ano no azul. 
 
No mesmo dia, o jornal O Globo incluiu o Espírito Santo entre os 22 estados que tiveram lei sancionada dentro do prazo estabelecido pelo Ministério da Educação para aprovar o Plano de Educação. Também essa semana, após identificar pontos inconstitucionais no edital de chamamento de Organizações Sociais (OSs) para administrar 23 escolas em Goiás, o Ministério Público Federal, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público de Contas do Estado recomendaram o adiamento da convocação até que as irregularidades sejam solucionadas.
 
Não podemos esquecer que, que o MST está acampando na sede da Secretaria de Educação do Estado (Sedu) cobrando reabertura de escolas e vagas da Educação de Jovens e Adultos que atendem aos assentamentos. Outro fato importante é a notificação da Sedu sobre a reabertura de turnos, turmas e escolas em todo o Estado. Esses pontos, é claro, os leitores não viram na chamada mídia tradicional, que segue muito alinhada a governador em seu terceiro mandato.  
 
Juntando todos os pontos,  podemos fazer uma leitura sobre os movimentos do governo do Estado na área que foi sua bandeira de campanha. Observamos que a ideia de salvação da lavoura do governo, o Escola Viva, que é um programa tocado por uma OS, deve ser olhado com muito mais atenção, pois pode revelar problemas muito graves no que diz respeito à sua legalidade. 
 
Também é preciso olhar com calma para o Plano Estadual de Educação, aprovado a toque de caixa pela Assembleia Legislativa, e que não atende os interesses da comunidade escolar. 
 
Por último, é preciso destacar que o interior, que elegeu Hartung, não conta com informação da mídia tradicional para se informar. Ela vai até a escola e vê que está fechada, e conta para os vizinhos, que contam para os parentes, e assim a informação circula. 
 
Em pouco tempo, cidades pequenas estão cientes do que está acontecendo nas redondezas. Por isso, é preciso entender que o governador, em sua agonia de reparar o desempenho eleitoral não favorável, pode perder o que conquistou em 2014, o voto do interior. 

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