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Só resta Camila

A eleição polarizou entre Paulo Hartung (PMDB) e Renato Casagrande. E eleição polarizada, costuma chamar a terceira força. A princípio, deveria ser o candidato do PT, Roberto Carlos, com base no nível de votação petista que sempre foi registrado no Estado, na casa dos 25%. Mas vai sobrar para a candidata do Psol, Camila Valadão.
 
Se Roberto Carlos passar dos 12%, leva a eleição para o segundo turno. Mas existem muitas dúvidas quanto ao interesse do PT em chegar a esta fase. O tipo de conduta do candidato indica entrosamento com Hartung, num jogo de mão-dupla. Os petistas ajudam a eleger Hartung para o governo, e Hartung ajuda a eleger João Coser para o Senado.
 
Já Camila é uma qualificada integrante do movimento popular. Do ponto de vista de capacidade política para ocupar a vaga, condições não faltam. O problema é como entrar com destaque numa eleição polarizada por dois candidatos, que duelam sobre os problemas que afligem a população, desde a saúde e educação, passando por outras áreas, para fechar na segurança, hoje a grande apreensão da população capixaba?
 
Como um novo partido de esquerda, a tendência, à semelhança do que ocorreu no passado com o PT, é usar o palco eleitoral para colocar ideologia.  Seria ausentar-se de um confronto para o qual todos os olhos estarão voltados.  Se assim o fizer, deixará de descaracterizar tanto  Paulo Hartung como  Renato Casagrande. 
 
Vamos assistir aos dois se matando e ela, como Roberto Carlos, não será vista pelo eleitor. E o negócio da Camila é ser vista pelo eleitor. Para isso, precisa partir para cima dos dois principais candidatos. Hartung e Casagrande estarão com a guarda aberta no que diz respeito à origem de seus governos. Ambos pertencem a um projeto de poder das elites capixabas. São da mesma substância. 
 
Um prato e tanto, que não atrai Roberto Carlos, certamente. O PT, o seu partido, está dentro disso aí. Conquistar o Senado é a maior meta do PT nesta eleição no Estado. Os movimentos de lideranças vão na direção do Coser. Se ele fosse candidato em dobradinha com Roberto Carlos, não teria facilidade para chegar a outras áreas partidárias, como ocorre agora. 
 
Digo mais. Esta é a grande oportunidade do Psol criar espaço político no Espírito Santo. Evidente que exige ousadia, e gosto para bater – como diria um exaltado esquerdista – no burguês. 

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