Segunda, 29 Abril 2024

Tá explicado!

Desde que o nome do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), foi envolvido no inquérito que apura um esquema de corrupção com a empresa CMS de recuperação de crédito, a grande pergunta que se fazia nos meios políticos era: qual a acusação que há contra Ferraço?



Ele soube usar esse ônus da dúvida em seu favor. O primeiro passo do deputado foi partir para o ataque, dizendo que seu nome fora envolvido como “testemunha”, já que ele tentou em 2006 emplacar uma CPI na Assembleia para discutir irregularidades no recolhimento de tributos pela Petrobras.



Com a decretação da prisão da mulher do deputado, a ex-prefeita de Itapemirim Norma Ayub (DEM) e do ex-secretario de Finanças do município de Itapemirim, Eder Botelho, que estava ocupando o cargo de diretor Financeiro, por indicação de Ferraço, na Assembleia, esse discurso ficou fragilizado.



Ferraço estava envolvido, mas em quê? Permanecia a dúvida nos meios políticos. Qual era o papel do deputado no esquema. Na dúvida, a reeleição do deputado para a presidência da Assembleia ainda não corria um risco sério. A onça sangra, mas ainda ruge.



Em agosto do ano passado, o irmão da ex-prefeita Norma Ayub – mulher de Theodorico –, o advogado Yamato Ayub Alves revelou as articulações do parlamentar desde o ano de 2005 a favor da empresa de consultoria CMS, principal investigada no esquema. As reuniões entre Ferraço e o empresário Cláudio Múrcio Salazar, sócio da CMS, ocorriam na sede da prefeitura de Itapemirim, no início de 2005.



Bom, está explicado. Agora, resta saber o que os demais deputados vão fazer com essa informação. Se recuarem no projeto de reeleição de Ferraço estarão sendo ingratos com o presidente, que tanto os defendeu em sua gestão e vão ter que lidar com o problema de procura de um substituto, para a eleição que acontecerá no próximo dia 1º. Mas se os deputados bancarem a reeleição de Theodorico, correm o risco de compartilhar o desgaste do escândalo e terem que conviver com o risco do balança, mas não cai do presidente.





Fragmentos:



1 – O espaço conseguido por Rose de Freitas (PMDB) no jornal Valor Econômico, sobre a sucessão à presidência da Câmaramostra que mesmo que saia derrotada do processo eleitoral na presidência da Câmara, a parlamentar conquista um espaço grande no cenário nacional.



2 – Ferraço dá explicações sobre seu envolvimento no esquema nesta terça-feira (22). Também terá que se explicar para os deputados estaduais. Mas nos bastidores, o comentário é de que serão os deputados é que devem explicar a Ferraço por que ele tem de recuar a candidatura.



3 – Quem está chegando na Assembleia pode tirar o cavalinho da chuva, se sobrar a vaga de presidente para alguém, será para o pessoal das antigas ou para aqueles que o Palácio Anchieta confiam.

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