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Livro: Rádio Espírito Santo

Na rádio oficial do Estado, tive a oportunidade de trabalhar em duas ocasiões. Uma no governo Camata e outra no governo Zé Ignácio.

Fase Camata

Assim que tomou posse, fui com Camata para o Palácio Anchieta. Uma semana depois, ele me chama no gabinete e diz: “Preciso que você vá a um lugar resolver um problema”.

“Onde?”, perguntei. Ele respondeu: “Na Rádio Espírito Santo, vá limpar aquilo lá da Arena e conte com o apoio de Edgar Cabidelle (então secretário de Comunicação) e Cesar Herkenhoff (diretor do Secom)”. Lá fui eu, e encontrei uma pessoa que muito me ajudou nessa “limpeza”, Oswaldo Oleari.

Acertamos a programação, com plástica nova e a boa vontade de alguns. Em seguida, conseguimos voltar com a boa audiência da Rádio ES – se bem que Jairo Maia tinha voltado para a emissora. Havia na rádio uma boa e ativa equipe esportiva, com Jorge Buery, Oscar Rocha Jr (Boquinha), Wilson Caulit (pole position), Horácio Carlos e outros.

Por outro lado, a emissora disponibizava de elementos com alto nível profissional. Luis Carlos Peixoto, Otávio Lara, Jorge Groppo, Tolete e Ademir Barcelos. O jornalismo muito atuante. Trocava ideias com Danilo Souza. Gostava de lidar com o saudoso Cicinho. Ele sempre fiel. Era fácil coordenar uma rádio com pessoas de qualidade.

Fase Zé Ignácio

Certo dia fui chamado ao Palácio. Era Nunes – de boa memória –, então secretario de Comunicação, juntamente com Eustáquio Palhares e Joelson Fernandes. Pediram que eu assumisse novamente a Rádio ES. E lá fui eu. Nessa fase consegui implantar o sistema digital na rádio, já que ainda era atraves de MD’s. O engenheiro Márcio Adriano foi fundamental nesta implantação. Os colegas também. Adaptaram-se rapidamente e com muita boa vontade.

15 minutos

Eu e Admir Barcelos (excelente editor) resolvemos criar e colocar no ar um programa que tinha duas músicas do passado e finalizava com uma história, dessas da internet. Fez muito sucesso, pois eu lia tais histórias sob trilhas especiais, que davam ênfase à narração e emocionava quem ouvia. 

O programa 15 Minutos com JRM consolidou 100 edições. Depois, 2003, ele foi veiculado na FM Líder, sempre ao meio dia, marcando a audiência daquela emissora de Cariacica. Depois ainda na Rádio América. Lá resolvemos inscrevê-lo no Microfone de Prata, prêmio dado aos melhores programas de conteúdo através da Rede Católica de Rádio, que tem como cabeça de rede a lendária Rádio Aparecida de São Paulo. Entre concorrentes de mais de 40 emissoras, o nosso veio como primeiro lugar.

Ainda hoje, continua despertando o interesse dos ouvintes que conseguiram gravá-los. É sinal de que atingiu no âmago das pessoas. Foi feito para isso. Denominamos “comunicação psicológica”.

Uma fase em Cachoeiro

 

Passado algum tempo, e sempre tentado a novos desafios, recebi uma proposta de Idalecinho Carone, pedindo uma força lá em Cahoeiro, já que havia recebido duas emissoras – que eram do Ferraço, uma AM e uma FM – para tocar. Fora essas, ele ainda tinha a resposabilidade sobre a ZYL-9, a Rádio Cachoeiro. Fui passar seis meses em Cachoeiro de Itapemirim.    

Estruturamos a programação da FM de Cachoeiro. Recordo-me que na equipe atuava Ted Conti (vindo de Muqui com o nome de João Batista) e Jota Erre, hoje renomado Pregador no Rio de Janeiro. 

Um companheiro que esteve sempre ao meu lado nessa fase foi Elyan Pipico Peçanha. Fomos cobrir a Exposição Agropecuária para a Rádio AM. Eram vários patrocinadores. Mas nunca deixei de procurar um cara que era um ícone do rádio, chamado Cliveraldo Miranda. Ele era de minha época na Rádio Cachoeiro.

Mas Cachoeiro era coisa do passado na história que trilhava. Voltei para Vitória, deixando tudo funcionando bem nas duas emissoras do Idalecinho. Foi uma boa aventura ao lado dele, gente boa demais.

TVE

Voltando a Vitoria, entrei para a TVE, pois não dava mais voltar para a Rádio Espírito Santo, e com razão. A experiência curta na TVE foi apresentando o noticiário da tarde. Foi a primeira experiência com vídeo, apesar de ter aprendido muito sobre este veículo quando estive nos Estados Unidos, na imersão que fiz sobre rádio e TV.

Estava sossegado exercendo minha missão na TVE, quando fui chamado à Tribuna. Um dos diretores do grupo, de São Paulo, estava querendo falar comigo, era Sérgio Maçães. Queriam que eu voltasse, desta feita para a Rádio AM, que tinha acabado de ser inaugurada, mas com certos problemas para conduzi-la.

Tribuna de volta

Senti que realmente meu trabalho no grupo não havia terminado com a saída da Tribuna FM. Estava enganado. Recebi o convite de Sérgio Maçães para voltar. Maurício Prates, então diretor geral da Tribuna na época. Passei a gravar para a FM e dirigir a AM com carta branca em termos de programação. Ze Lopez estava como gerente comercial, assessorado por Álvaro Moura.

Com a ajuda de Luis Claudio Casado, que colocou a gravadora Continental a nossa disposição, fizemos uma coisa inédita no rádio (mais uma). O sertanejo estava começando com força e tinha uns bregas também fazendo sucesso. Nascia o BregaNejo.

Em uma reunião na Tribuna, pedi que me liberassem a rádio a tocar esse tipo de música em um fim de semana. Mesmo desconfiados, a direção liberou. Álvaro Nazareth, então diretor comercial, era o mais cético. Na segunda-feira mostrei o volume absurdo de ligações telefônicas e assim deixaram eu fazer TODA a programação da AM “breganeja”!  Resultado: fomos para o primeiro lugar do Ibope em um mês. Tiramos o Ibope da Rádio Espírito Santo, que nós próprios havíamos preparado para ser líder. Não era mais.

Nesta época, a Tribuna AM tinha Angelo Ribeiro. Guto – O Herói do Sertão, Monica Blancher, Nero Neto e Aloisio Ovelha. Ao meio dia, um programa policial com Renato Paolielo, Pedro Maia e Celeste Fransceschi, “emprestados” pela TV Tribuna.

 

José Henrique Pinto era operador da rádio, ja que tinha saído da Capixaba. Ah! Tinha também Samuel Eloi, o primeiro e único operador de áudio a ter vinheta com seu nome, ja que isso era só para apresentadores. 

Esporadicamente, a rádio transmitia futebol, somente quando Angelo Ribeiro vendia algum patrocínio. Então ele chamava uns colegas de fora para a transmissão. Álvaro Moura fazia parte também do esporte da emissora. Álvaro viria a trabalhar na Gazeta, ajudando Café Lindemberg, que havia assumido a direção de rádios da empresa (Gazeta AM e Gazeta FM).

Falando em pessoal competente, Nero Neto (Netinho) hoje mora no Rio de Janeiro e montou uma rádio web, desfrutando de bastante sucesso lá e em alguns outros estados. A RadioNero.


Próximo capítulo, o décimo segundo: Fase Gazeta.

            

 

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