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Comunidade questiona adoção de modelo integral em escola de Itaguaçu

Prefeito Uesely Roque não dialogou com a comunidade nem apresentou projeto de reforma e ampliação prometido

O ano letivo já começa no próximo mês e a comunidade da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (Emeief) Pedro Thomazini, na zona rural de Itaguaçu, norte do Estado, ainda não tem resposta da administração de Uesley Roque Corteletti Thon (Republicanos) quanto à reivindicação de que a unidade de ensino não se transforme em integral a partir do ano letivo que vai iniciar. A situação tem gerado preocupação entre os responsáveis pelos estudantes.

O anúncio de que a escola passaria a ser integral foi feito pelo secretário municipal de Educação e Cultura Leandro Barloesius, no final de novembro. Contudo, conforme afirma o agricultor Marcos Paulo Bortolini, pai de estudante da Emeief, não foi algo discutido coletivamente com a comunidade. O prefeito chegou a dizer que marcaria uma reunião com os responsáveis pelos alunos, mas isso não aconteceu. Questionado sobre o porquê, Uesley disse que seria em janeiro, mas não deu previsão de data.

O argumento dado pelo gestor, de acordo com Marcos Paulo, foi de que a integralização é uma determinação do Governo Federal e que permitirá ao município receber mais verbas. O agricultor relata que o secretário afirmou que após se tornar integral, a escola, que segundo a comunidade não tem infraestrutura adequada, vai passar por uma reforma, mas não apresentou nenhum projeto e nenhuma previsão de início para as obras. Assim, o medo é de que a reforma não ocorra de fato após a mudança. “Não é melhor mexer na infraestrutura e depois colocar integral?”, questiona Marcos Paulo.

Pai de dois estudantes, Wilson Corteletti aponta que um dos problemas de infraestrutura é o fato de a escola não ter água potável, obrigando os alunos a levar suas garrafinhas d’água. A ventilação, afirma, não é boa, além de não ter espaço para recreação. De acordo com Wilson, a unidade de ensino, que fica em Laranjal, recebe estudantes de locais distantes, como Palmital, Alto Palmital e São Luiz. Ele é morador de Palmital e, conforme afirma, seus filhos têm que acordar 5h para ir para a escola, em um percurso que dura uma hora.
Wilson destaca que é cansativo para as crianças. Portanto, ter que ficar até o final da tarde ficaria mais cansativo ainda. Além disso, ficando o dia inteiro, será preciso que a escola ofereça almoço. Contudo, informa, o refeitório é muito pequeno e, acredita, a cozinha não dá condições para o preparo dessa refeição. De acordo com ele, a unidade de ensino não oferece café da manhã, somente uma merenda “básica”.

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