Sábado, 18 Mai 2024

Jorge Donati presta depoimento no TJES e nega participação no 'Crime da Ilha'

Jorge Donati presta depoimento no TJES e nega participação no 'Crime da Ilha'

O prefeito de Conceição da Barra (norte do Estado), Jorge Donati (PSDB), prestou depoimento nessa sexta-feira (19) à desembargadora Eliana Junqueira Munhós Ferreira, no Tribunal de Justiça do Estado (TJES), para esclarecer detalhes sobre a ação penal em que é acusado de ser mandante do assassinato da então mulher, Cláudia Soneghete, e da arrumadeira Mauricéia Rodrigues Donato, caso conhecido como “Crime da Ilha”, ocorrido em janeiro de 2003 na mansão do casal, na Ilha do Frade, em Vitória. 

 
Donati chegou ao Tribunal acompanhado de quatro advogados e durante o depoimento à desembargadora, que é relatora do caso, negou participação no crime. Disse que é inocente e culpou os irmãos Cristiano e Renato dos Santos Rodrigues pelo crime. Os dois foram condenados, em maio de 2012, pela execução de Cláudia e de Mauricéia.
 
Cristiano foi condenado a 19 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Cláudia, a outros 19 anos também pelo homicídio triplamente qualificado de Mauriceia e mais três anos e seis meses pela destruição do cadáver. 
 
Já Renato foi sentenciado a  dois anos e 11 meses de pena em regime aberto, no entanto, teve o julgamento anulado meses depois. 
 
Na época do crime, os irmãos chegaram a afirmar que o crime fora encomendado pelo hoje prefeito de Conceição da Barra, marido de Cláudia. Posteriormente Cristiano mudou o depoimento, que depois confirmou no júri popular. Ele negou a autoria do crime e acusou o segurança do então prefeito de Conceição da Barra, Chico Donato (PMDB), Jean Carlos Correia Laurindo, de ser o executor do crime. 
 
A versão do crime contada por Cristiano sustentou que a execução fora encomendada pelo atual prefeito de Conceição da Barra, que, segundo ele, teria contratado Jean Carlos depois de tentar por duas vezes cooptar o jardineiro para que cometesse o crime. 
 
O acusado contou durante o júri que Donati teria proposto que ele matasse, ou arranjasse alguém pata matar Cláudia pela primeira vez por volta de outubro de 2002. Cristiano disse que recusou a proposta e pediu demissão. Um mês depois, teria voltado a trabalhar na mansão da Ilha do Frade e, desta vez, Donati teria pedido que o jardineiro facilitasse somente a entrada do assassino.
 
STJ
 
Na segunda-feira (15), a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza Rocha de Assis Moura, negou um novo recurso do prefeito de Conceição da Barra contra o andamento da ação penal pelo “Crime da Ilha”. 
 
A defesa de Donati pedia a anulação de todos os atos processuais realizados na tramitação do caso na Justiça comum, inclusive a sentença de pronúncia contra o prefeito. Os advogados também pleiteavam, em caráter liminar, o sobrestamento do processo criminal que passou a tramitar no TJES – uma vez que Donati passou a ter foro privilegiado desde a posse como prefeito, no início de 2009.
 
No entanto, a ministra-relatora sequer chegou a tratar do mérito do pedido. Maria Thereza de Assis Moura apontou falhas técnicas na elaboração do recurso que inviabilizam o prosseguimento do habeas corpus (HC 267.940). Além da falta de documentos, a defesa do prefeito teria ajuizado - quase ao mesmo tempo - dois recursos distintos no STJ para se voltar contra o mesmo ato.

Veja mais notícias sobre Justiça.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 18 Mai 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/