Quinta, 25 Abril 2024

​Deputado exalta a democracia e pede que golpe de 64 não seja mais repetido

majeski_mascara_ales Ellen Campanharo/Ales

"O golpe militar deve ser lembrado para que nunca mais seja repetido. A pior democracia é melhor do que a melhor das ditaduras", disse o deputado estadual Sergio Majeski (PSB) na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (31). Entre os 30 parlamentares, ele foi uma voz isolada ao comentar os 57 anos do evento, ocorrido no dia 31 de março de 1964, que teve a duração de 21 anos, até 1985, e inaugurou a ditadura militar no Brasil.

Majeski ressaltou que a democracia brasileira ainda é muito frágil. "É entremeada por períodos de ditadura e períodos de democracia. Nunca vivemos um período longo de democracia. Esse período pós-1985 já é o período mais longo", avaliou.

O parlamentar ressaltou, ainda, a importância da Constituição Federal. "Em um estado democrático de direito, nada está acima da Constituição. É preciso enaltecer a importância do cumprimento da Constituição e da preservação da democracia, para que esse país nunca mais caia no erro de entrar em uma ditadura", ressaltou.

Para ele, "os melhores padrões de vida do planeta existem nos países com as democracias mais consolidadas". "Cabe a cada um de nós proteger, zelar pela democracia e trabalhar para o seu aprimoramento", defendeu.

A data também foi motivo de publicação do governador Renato Casagrande (PSB) em suas redes sociais: "31 de março tem sido e será sempre dia de fortalecermos as instituições democráticas. A democracia é um caminho difícil, trabalhoso, mas o único para avançar no respeito aos direitos individuais e coletivos, nas políticas sociais/econômicas, enfim, na busca por um país justo", enfatizou.

A deputada estadual Iriny Lopes (PT) também comentou o 31 de março, apontando a politização das Forças Armadas. "A exoneração do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, nessa segunda-feira (29), e a consequente e inédita entrega dos cargos dos três comandantes das Forças Armadas ao recém-nomeado ministro da pasta, Walter Braga Neto, não significa, ao contrário do que os próprios justificaram, discordância da politização das FAs. Se assim fosse, este governo não teria em seus quadros mais de seis mil militares da ativa e da reserva, conforme o Tribunal de Contas da União", apontou em relação às medidas do presidente Jair Bolsonaro.

A deputada não considera real, também, "que o ex-ministro da Defesa e os comandantes defendam a separação das FAs e a política. Fosse assim, não haveria comemoração do golpe de 64 defendida por todos eles desde que assumiram as pastas, em 2019. Desde que o general Villas Bôas ameaçou o STF [Supremo Tribunal Federal] caso decidisse pelo habeas corpus de Lula, os militares mostraram que foram tirados de cena em 1985, mas continuaram perambulando como almas penadas em torno da democracia, pronta para darem o bote", apontou.

Para Iriny, "Bolsonaro foi o que sobrou de alternativa política factível para eles em sua chamada guerra híbrida que, resumidamente, se trata do militarismo contra o povo e tudo que os representa, como organizações da sociedade civil, movimentos sociais, opositores, a quem eles insistem em chamar, ainda que não o sejam, de comunistas".

Ela prossegue: "assim, parados na Guerra Fria, acham que vão ganhar corações e mentes para seus torpes intentos de levar a democracia à ponta da praia, não como no passado nebuloso e ditatorial que conhecemos, mas para uma aventura miliciana, paramilitar. Como em 1964, o passado assombra por não termos o enfrentado de forma correta, como a Argentina e nossos vizinhos. O medo, a intimidação e a ameaça não podem ser maiores que nosso desejo de liberdade e de busca por igualdade", completa Iriny.

Eventos

Nesta quarta-feira (31), movimentos sociais realizam um ato em memória dos mortos e desaparecidos na ditadura militar, a partir das 17 horas, na Praça Vermelha, anexo à Praça Costa Pereira, Centro de Vitória. Às 18 horas, acontecerá a live do ex-preso político e escritor Perly Cipriano e a argentina radicada no Brasil Ana Caracoche, vítima da ditadura em seu país.

Golpe de 64 é lembrado em meio à ameaça de um novo estado de exceção

Perly Cipriano, uma das vítimas da ditadura no Estado, critica o governo federal e a autorização para comemorar o golpe
https://www.seculodiario.com.br/politica/golpe-de-64-e-lembrado-em-meioa-ameaca-de-um-novo-estado-de-excecao

Veja mais notícias sobre Política.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 26 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/