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Fora da disputa, Helder vai testar sua capacidade de transferir votos para palanque petista

Depois de anunciar no sábado (11) que não irá disputar a eleição para prefeito de Cariacica, o deputado federal Helder Salomão assegurou que apoiará um candidato do PT para a empreitada. 
 
Nos bastidores petistas, o nome mais comentado é o de Célia Tavares. Em 2012, a ex-secretária de Educação de Helder disputou internamente com a então deputada estadual Lúcia Dornellas a preferência do partido para disputar a eleição à prefeitura de Cariacica. Pesou em favor de Lúcia a visibilidade do mandato legislativo. Talvez, se dependesse apenas de Helder, a escolha naquela ocasião já seria por Célia. 
 
Em 2014, Célia foi “compensada” pelo PT, se é que dá para chamar de “compensação”. Foi candidata a vice-governadora na chapa de Roberto Carlos. A chapa petista, porém, por decisão do então candidato ao Senado João Coser, entrou da disputa só para cumprir tabela. A participação petista não serviu para lustrar a imagem de Roberto Carlos tampouco da vice. 
 
O nome de Célia é cogitado agora como candidata do PT em Cariacica. Só que, desta vez, ela vem com a senha número 1 na mão. Ao que tudo indica, a professora é a candidata de preferência de Helder. O deputado provavelmente não vai querer apostar suas fichas novamente em Lúcia. 
 
Em 2012, Lúcia tinha o universo conspirando a ser favor, e mesmo assim não conseguiu se eleger prefeita. Ela contava com um mandato de deputada para emprestar visibilidade à sua imagem; tinha a máquina a seu favor (com a popularidade de Helder explodindo); e o PT em ascensão no cenário nacional. Os 41.530 votos deixaram Lúcia fora do segundo turno. Marcelo Santos (PMDB), com 43.068 votos, foi para a decisão com Juninho (PPS), que somou 82.830 votos no primeiro turno, e venceria depois a eleição com mas de 150 mil votos.
 
Agora Helder enfrenta novamente o desafio de tentar transferir votos para um candidato do PT, só que num cenário bem mais adverso. Helder, embora não tenha a imagem associada ao lado “negativo” do PT — aquele ligado aos escândalos —, terá que lidar com o desprestígio da legenda. O deputado faz um bom mandato na Câmara. Tem conseguido trazer recursos para Cariacica, mas isso é bem diferente do que ter a máquina na mão, como em 2012. 
 
A aposta em Célia pode vir dentro de um necessário processo de recriação do PT capixaba, que foi “arrendado” ao governo Paulo Hartung (PMDB) pelo grupo de João Coser. Lúcia, aliás, é resultado desse compadrio entre Coser e Hartung. Tanto que ela ocupa a direção da Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) e se recusa a deixar o cargo, mesmo ante a pressão crescente de setores do PT que pedem o desembargue imediato do governo peemedebista. 

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