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Hartung usa estratégia do silêncio enquanto Casagrande se expõe à classe política

Há quase dois meses, o ex-governador Paulo Hartung ofereceu seu nome ao PMDB para disputar o governo, mas desde então tem delegado ao presidente do partido, o deputado federal Lelo Coimbra, a função de porta-voz de seus movimentos políticos. Com isso, o ex-governador se imuniza de possíveis desgastes no processo pré-eleitoral.
 
De outro lado, o governador Renato Casagrande (PSB) se expõe diante da classe política, o que traz prejuízos em um momento de articulações e incertezas sobre a definição dos palanques eleitorais. O governador agora aparece em meio às movimentações sobre a escolha do candidato ao Senado, vaga que estaria sendo disputada entre o PR, com o delegado Fabiano Contataro, e o PSDB, com o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas.
 
Já no PMDB, os interlocutores do ex-governador vão tocando as conversas, enquanto Hartung dá o tom de mistério em torno de sua participação na eleição. Neste sentido, as articulações vão se ajustando sem a presença do PMDB, principalmente nas composições proporcionais. 
 
Embora os deputados estaduais, que ficam mais prejudicados nesta discussão, estejam esperneando por causa da falta de diálogo no partido, como fez nessa terça-feira (10) o deputado estadual Marcelo Santos, o ex-governador não tem compromisso com os parlamentares do PMDB.
 
As incertezas também complicam a situação nas outras siglas. Muitas movimentações vêm sendo discutidas, mas as composições não se encaixam. Caso, por exemplo, do PDT, que não quer se coligar com o PMDB. O PT não sabe como se encaixar no processo e assimilou a movimentação de Hartung, mostrando que a influência dos aliados vai além do PMDB.
 
O ex-prefeito de Vitória, João Coser (PT), continua muito forte dentro do partido, conseguindo manter a candidatura ao Senado, encontrando uma alternativa para não ter de assumir a candidatura ao governo. O problema é que se o partido fechar em torno da candidatura de Roberto Carlos, o PDT se sentirá afetado, já que ele se credencia para a disputa à prefeitura da Serra em 2016, podendo criar condições de ser uma terceira via na polarizada política do município entre o prefeito Audifax Barcelos (PSB) e Sérgio Vidigal (PDT) que, por sua vez, procura a melhor movimentação de olho na eleição municipal.
 
Até o final do mês, Hartung deve manter a posição de blindagem para evitar os desgastes e deixar que seu adversário continue se expondo. Enquanto isso, seus interlocutores procuram resolver as diferenças entre os aliados para manter a estratégia da majoritária.

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