Na imprensa nacional, Hartung usa indefinição para aumentar seu capital político
Com matéria de página inteira no jornal Valor Econômico desta segunda-feira (27), o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) mantém a estratégia da indefinição para passar a ideia de que tem condição de virar o jogo político no Estado . Ao ser perguntado sobre o processo eleitoral, Hartung diz ao jornal que pretende se dedicar as atividades de economista, mas afirma não saber se essa posição será definitiva.
O jornal aponta a manobra do PT nacional para impor o isolamento ao palanque do PSB no Estado, alinhavando uma aliança com o PMDB, que teria Hartung como candidato ao governo, para garantir o palanque de Dilma Rousseff no Estado.
Mas também destaca a ideia que hoje é bem difundida nos meios políticos, de que a consolidação da liderança do governador Renato Casagrande e a impressão de uma marca interiorana do atual governo não estariam empolgando o ex-governador a entrar em uma bola dividida com o socialista, sobretudo porque as lideranças políticas, diferentemente do que aponta a publicação, não arredaram pé do palanque de Casagrande, diante da indefinição de Hartung.
A reportagem também destaca a dificuldade de Ricardo Ferraço em construir uma candidatura dentro do PMDB, como alternativa a Hartung. O próprio senador peemedebista admite ao Valor que o PT estadual não simpatiza com sua postura crítica ao governo federal.
Outro ponto da matéria que chama a atenção dos meios políticos é a costura que estaria sendo feita entre PMDB e PSDB no Estado. Os partidos, que estiveram juntos na disputa eleitoral de 2012, poderiam alinhavar uma aliança para este ano. A movimentação que é atribuída pelo Valor a Ricardo Ferraço, na verdade, tem o DNA de Hartung e visaria a garantir uma rota de fuga no caso de uma impossibilidade de articulação com o PT.
No período de filiações partidárias, alguns aliados de Hartung desembarcaram no ninho tucano, reforçando essa ideia e acendendo o sinal de alerta no PT capixaba. A manobra com o PSDB teria alimentado a ideia inicial do PT em permanecer no palanque de Renato Casagrande. Dentro do próprio PMDB, o grupo de Hartung tem dificuldade em discutir uma candidatura própria ao governo, longe do palanque socialista.
Segundo o jornal, “a indefinição de Hartung e a resistência do PT em se desgarrar de Casagrande refletem a dificuldade de se desmontar um grupo político que está todo encaixado”.
No PMDB capixaba a impressão de algumas lideranças é de que o grupo pretende empurrar essa indefinição até março, quando acontece a convenção nacional do partido, que definirá a posição da sigla em relação à disputa presidencial. Mas, diante do cenário cada vez mais hostil à candidatura do PMDB no Estado a tendência de que o ex-governador entre na disputa majoritária é cada vez mais distante.
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