Obstáculos para candidatura de Ricardo Ferraço vão além da indefinição de Hartung
Na reportagem do Valor Econômico dessa segunda-feira (27) o senador Ricardo Ferraço soltou o verbo e talvez não tenha escolhido as melhores palavras para comentar a indefinição do ex-governador Paulo Hartung sobre o processo eleitoral.
Sua intenção talvez tenha sido convencer o mercado político de que o grande obstáculo para sua candidatura ao governo é a indefinição de seu colega de partido. Mas há outras situações que o senador precisa superar para se credenciar à disputa ao Palácio Anchieta.
Os problemas começam dentro de casa. Além da indefinição de Hartung, Ricardo Ferraço precisa convencer a base do partido a apoiar sua candidatura. A bancada de sete deputados estaduais trabalha para permanecer no palanque do governador Renato Casagrande (PSB).
Outro problema está no arco de aliança. A ideia do PT nacional é que o palanque seja puxado por Paulo Hartung. Considerado um senador de oposição, o nome de Ricardo Ferraço é rejeitado pela cúpula petista. Nos bastidores do PT capixaba corre que com o senador o partido não vai.
Além disso, Ricardo Ferraço precisa aumentar seu capital eleitoral e se tornar competitivo, os levantamentos feitos no ano passado com o eleitorado apontam que o peemedebista teria muita dificuldade em um cenário de disputa contra Casagrande e o senador Magno Malta (PR).
Por esses prognósticos, o Ricardo Ferraço terminaria a eleição atrás de Malta, o que pode complicar a sua disputa à reeleição para o Senado em 2018. Por isso, a classe política entende que a ideia de que Ricardo não teria o que perder se entrasse na disputa deste ano, não é bem assim.
Ricardo Ferraço apresentou ao partido sua intenção em disputar o governo do Estado ainda no ano passado. No primeiro encontro com a bancada do PMDB na Assembleia, o senador já encontrou a resistência da base. Já o ex-governador Paulo Hartung vem mantendo mistério sobre sua participação na eleição deste ano. Ele afirma que só vai se pronunciar sobre eleição às vésperas das convenções de junho próximo. O senador, por sua vez, dá sinais de que essa definição precisa ser acelerada, já que o processo eleitoral começou desde o ano passado.
Veja mais notícias sobre Política.
Comentários: