Sábado, 18 Mai 2024

Rui Falcão colhe elementos do cenário político capixaba para o PT nacional

Rui Falcão colhe elementos do cenário político capixaba para o PT nacional

 

O presidente do PT nacional passou a manhã deste sábado (25)  no Estado conversando com lideranças e colhendo elementos sobre o cenário eleitoral deste ano no Espírito Santo. Rui Falcão reforçou a ideia de unidade no partido e frisou que a prioridade do PT é reeleger a presidente Dilma Rousseff. Ele destacou também a importância da candidatura ao Senado do PT para sustentar o palanque do partido no Estado.



A agenda de Rui Falcão começou com um café da manhã com o governador Renato Casagrande, na residência oficial da Praia da Costa, em Vila Velha. O encontro que deveria durar uma hora, se estendeu por quase duas. O governador fez um panorama do cenário político no Estado e reforçou a proposta de erguer um palanque de neutralidade para manter a parceria entre PSB e PT nas eleições deste ano.



Em conversa com a imprensa, ao ser questionado se a proposta de neutralidade atende ao PT, o presidente do partido afirmou que a preferência do PT seria por um palanque de apoio à presidente Dilma Rousseff, mas o partido entende que o PSB, em tendo uma candidatura própria à presidência, com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, “não seria um comportamento adequado” do governador Casagrande se posicionar  em favor de outro candidato.



Falcão afirmou ainda que não houve nenhuma deliberação com o governador e que a visita foi de cortesia e diagnóstico. As definições sobre o processo eleitoral, explicou, só devem sair a partir de uma agenda de discussões que devem se estender até o final de março. Mas garantiu que a palavra final será do diretório estadual.



Haverá uma avaliação da nacional, antes das homologações das chapas, mas só haverá intervenção em casos extremos, como alianças com partidos que são adversários históricos do PT, como PSDB e DEM, garantiu. No caso do PSB, não há restrições, mas o fato de haver a candidatura presidencial deve levar as lideranças a uma reavaliação dos cenários estaduais.



Sobre a aliança com o PMDB nacional e a possibilidade de um palanque puxado pelo ex-governador Paulo Hartung, Rui Falcão foi incisivo: “No quadro atual, não há uma candidatura do PMDB posta ao governo do Estado”. Mas ponderou que caso haja uma definição nos próximos meses em relação ao PMDB, o quadro será reavaliado, já que o PMDB tem uma aliança forte com o PT, ocupando inclusive a vice-presidência.



Senado como alternativa



O presidente do partido falou também sobre a necessidade da candidatura do partido ao Senado. Ele destacou a importância do trabalho que vem sendo realizado pela senadora Ana Rita no mandato e disse que a candidatura dela será colocada e que os outros candidatos também se colocarão e a discussão será feita dentro do partido. Ele acredita que o clima de unidade no partido levará a um consenso em torno de um nome.



 

Mas no partido a discussão não deve ser tão tranquila. Ana Rita e o presidente regional do partido, o ex-prefeito de Vitória João Coser, travam uma batalha interna pela disputa. Os dois participaram da coletiva, mas não falaram sobre o assunto. O partido deve apostar as fichas em Coser, negando à senadora o direito à reeleição. A expectativa é de que Ana Rita, sem espaço, dispute uma cadeira na Assembleia Legislativa.



O PT nacional entende que a disputa pelo Senado, além de atender à meta do partido de aumentar a bancada dando sustentação ao governo federal, também ajuda a construir o espaço necessário para a presidente no Espírito Santo, independentemente da candidatura ao governo. Esta seria uma alternativa, caso o partido não tenha um palanque de apoio à presidente. A presença de um candidato ao Senado, ainda que em um palanque de neutralidade, garante a presença da presidente na disputa no Espírito Santo.



Nos bastidores, o PT estadual discute duas prioridades. Além da reeleição de Dilma, a candidatura de Coser ao Senado é um trunfo que está ligado também à disputa presidencial. Neste sentido, embora algumas lideranças do partido admitam a possibilidade de discutir outros espaços nos palanques, como a vaga de vice, o partido entende que a candidatura ao Senado, por ser majoritária, não seria negociável.



Questionado sobre a passagem-relâmpago da presidente Dilma Rousseff, na vésperas do Natal pelo Estado, em virtude das chuvas que atingiram o Espírito Santo, o presidente do partido negou que houvesse qualquer afastamento da presidente com o Estado por causa da derrota nas eleições de 2010. Ele argumentou que o governo federal tem olhado com atenção para o Estado e que a vinda dos ministros e a destinação de recursos marcam a presença do governo federal no Espírito Santo. Falcão destacou ainda que o governo federal estaria próximo de resolver o imbróglio do Aeroporto de Vitória, uma demanda antiga do Estado.



Apesar de se encontrar com várias lideranças, como os presidentes do PMDB e PDT, respectivamente, Lelo Coimbra e Sérgio Vidigal, a viagem de Rui Falcão não levará nenhuma fórmula pronta sobre o papel do PT na eleição capixaba. Ele terá na bagagem apenas elementos que ajudarão a iniciar a discussão que só deve ser fechada em março próximo. O PT capixaba deve realizar cinco seminários para discutir a conjuntura local e as fórmulas de acomodação do partido no processo eleitoral de 2014.



Mas no cenário atual, a presença do partido no palanque do governador Renato Casagrande, parece mais concreta. A colocação do nome do PMDB na disputa, caso aconteça antes das convenções partidárias, o que pouca gente no mercado político acredita que possa acontecer, não mudará imediatamente a movimentação do PT.



Uma série de garantias deverá ser discutida para que o partido possa atender sua grande prioridade, que é a reeleição da presidente Dilma. O PT capixaba que muito dar a vitória a Dilma no Espírito Santo, desafio que não conseguiu cumprir nas três últimas eleições presidenciais: 2002, 2006 e 2010.

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