Visita de Dilma ao Estado mistura agenda administrativa e política

Fotos: Leonardo Sá/ Porã







A presidente Dilma Rousseff passou a manhã desta quarta-feira (2) no Estado para cumprir agenda administrativa em Vila Velha e Vitória. Mas o viés político de sua passagem pelo Espírito Santo, às vésperas do início do processo eleitoral, também ficaram evidentes. Entre uma agenda e outra, a presidente foi apresentada ao candidato ao governo do Estado pelo PT, o deputado estadual Roberto Carlos. 

 

Em Jabaeté, região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, onde a presidente entregou unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida para 496 famílias cadastradas no programa. O evento teve um pequeno atraso, há que Dilma era esperada para desembarcar no Aeroporto de Vitória às 9h30, mas o voo atrasou. 

 

Do aeroporto, Dilma seguiu de helicóptero para Vila Velha. Um protesto era esperado no local, mas a receptividade dos moradores à presidente foi festiva. O mesmo não se pode dizer do prefeito Rodney Miranda (DEM) que mal conseguiu fazer o discurso de boas-vindas à presidente. Ele foi vaiado pelos moradores.

 

Em seu pronunciamento, a presidente apresentou novidades na área de infraestrutura do Estado, com a licitação do Aeroporto de Vitória, uma história que se arrasta há anos, publicada no Diário da União desta quarta-feira. Já a licitação da BR-262, será publicada no diário desta quinta-feira, garantiu Dilma. 

 

Uma pequena confusão se deu quando alguns petistas teriam tentando subir no palanque das autoridades. Questionado sobre o episódio, o presidente do PT estadual João Coser disse tudo não passou de um mal-entendido, um problema de comunicação com o cerimonial da presidência. Ele afirmou que nenhum petista deveria mesmo subir ao palanque das autoridades porque se tratava de uma agenda administrativa da presidente ao Estado e não uma visita política. 

Um espaço vip foi montado no local para que algumas autoridades pudessem conversar com a presidente. Foi neste local que ela conheceu o deputado estadual Roberto Carlos, o candidato ao governo do PT e que terá a responsabilidade de erguer o palanque dela no Estado. 

 

Da solenidade em Vila Velha, a presidente seguiu, também de helicóptero, para o Centro de Convenções de Vitória para a formatura dos estudantes que participaram do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Mais uma vez o perfil político do evento se misturou à agenda administrativa da presidente. 

 

Além dos formandos e familiares, um grande número de petistas compareceu ao evento. Na rua em frente ao Centro de Convenções de Vitória, nenhum sinal de protesto ou festividade pela passagem da presidente pelo Estado. 

 

Ao ser chamado para das as boas-vindas, o prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) foi vaiado, mas também foi aplaudido. As manifestações contrárias cessaram depois de sua fala. O mesmo aconteceu com o governador Renato Casagrande em seu pronunciamento. 

O governador reconheceu os investimentos do governo federal e lembrou as novidades apresentadas pela presidente no Jabaeté, com as licitações das obras federais no Estado. O governador voltou a falar do “passivo social”, um tema que vem sendo recorrente em suas falas, como resposta aos questionamentos do grupo do ex-governador Paulo Hartung sobre o aumento dos gastos da gestão atual.  

O discurso da presidente Dilma Rousseff foi voltado para destacar a importância do projeto, voltado para a qualificação profissional, para o desenvolvimento social e econômico do País. Aproveitou para dar uma alfineta neste campo no governo tucano, lembrando que até 2005 havia lei que proibia a criação de Ifes. Foi preciso criar nova lei para liberar a criação dos institutos. 

 

O presidente do PT capixaba afirmou que não houve conversa sobre um retorno de Dilma este ano para uma agenda política, mas garantiu que o ex-presidente Lula deverá vir ao Estado na campanha. Após a solenidade, a presidente seguiu para o Aeroporto, sem falar com a imprensa.