Enquanto as contas do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PMDB) não entram na pauta da Câmara local, o grupo do peemedebista busca estratégias para evitar uma derrota por maioria absoluta, o que sujaria sua ficha para a disputa de 2016.
A saída política seria buscar o apoio do senador Magno Malta (PR), que tem influência no PSC do Estado, para que os dois vereadores do partido deixem o bloco de nove legisladores que apoiam o prefeito Nozinho Correa (PDT), principal interessado na rejeição de contas de Zanon.
Se a manobra der certo, Zanon ficaria com o apoio de seis vereadores, evitando a maioria absoluta do plenário, que seria de oito votos. Com maioria simples não é possível rejeitar as contas.
O Tribunal de Contas do Estado aprovou as contas do prefeito com ressalvas, o que abriu a brecha para a movimentação política no legislativo linharense. Outra estratégia pensada, porém mais difícil, seria buscar o retorno de um aliado de Zanon à Câmara, o vereador afastado Renato Rangel. Esta possibilidade, no entanto, é mais remota.
Mas a manobra política também tem dificuldade. Na ocasião da eleição para a presidência da Câmara, Zanon evitou a movimentação com Malta para não mostrar sinal de fraqueza diante das articulações no legislativo municipal. Desta vez, diante do risco de ter as contas rejeitadas, o ex-prefeito não teria outra saída.
Como a Câmara de Vereadores é um colegiado, a rejeição das contas do ex-prefeito o enquadraria na Lei da Ficha Limpa, e como o peemedebista tem pretensão de disputar a eleição municipal em 2016, precisa estar com a ficha em dia.
Desde 2012, Zanon vem acumulando algumas derrotas importantes em Linhares. Além de não conseguir se reeleger para a prefeitura em 2012, perdeu a eleição da presidência da Câmara, e não ter maioria no legislativo. Dos 13 vereadores, apenas quatro são do grupo do ex-prefeito.
No início do ano, Zanon ensaiou uma movimentação para a eleição à presidência da Assembleia, o que aumentaria seu capital para a disputa de 2016, mas os deputados estaduais fecharam questão na reeleição de Theodorico Ferraço (DEM).