Sexta, 26 Abril 2024

Baixos salários não atraem profissionais para posto de saúde em Santa Leopoldina

Sigrid_Stuhr_secretariasantaleopoldina_reproducao Reprodução

Os baixos salários fazem com que profissionais da saúde não queiram trabalhar no interior de Santa Leopoldina, região serrana do Espírito Santo. Essa foi a justificativa da secretária municipal de Saúde, Sigrid Stuhr, para a falta de médicos e dentistas no distrito de Chaves, em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (3), com representantes da Associação de Moradores e de Pequenos Produtores do Distrito do Chaves (Ampac).

A abertura de diálogo foi solicitada pela entidade, pois os moradores se queixam de que desde o início de 2021 estão sem profissionais no posto de saúde. O presidente da Ampac, Chrystian Pittol, relata que foi sugerido à secretária que a gestão de Romero Luiz Endringer (PTB) aumentasse o salário, para atrair trabalhadores. O valor, como a secretária informou, varia entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil para médicos, muito abaixo  da média para a profissão no Estado, que ultrapassa R$ 5 mil, considerando a menor carga horária, de 20h semanais.
Posto de Saúde. Foto: Carioca

"Dei essa sugestão, por ser uma prioridade, mas ela falou que a prefeitura não pode fazer", disse, destacando que não foi dado esclarecimento para a comunidade sobre o porquê dessa impossibilidade, nem apresentada nenhuma alternativa para resolução do problema.

"Infelizmente, é bem complicado, não somente na nossa comunidade, mas aqui nas comunidades vizinhas também. Muitas pessoas não têm condição de, se precisar, pegar um veículo e pagar um médico. É por essas pessoas que a gente fica preocupado, que vieram pedir ajuda", lamenta Chrystian.

A população do distrito de Chaves, que abrange as comunidades de Córrego do Macuco, Rancho Fundo e Rio da Prata, conta com cerca de 400 pessoas. Até o final de 2018, os moradores eram atendidos por profissionais cubanos, do Programa Mais Médicos. Com a retirada do governo cubano do programa, após declarações que considerou depreciativas feitas pelo então deputado federal Jair Bolsonaro (PL), atual presidente da República, o distrito passou a ser atendido por um clínico geral.

"Caso necessário, o clínico geral encaminhava a pessoa para um especialista na sede de Santa Leopoldina ou em Vitória", diz o primeiro secretário da entidade, Carlos David Toffano, o Carioca. Essa situação dificultou, porém, o acesso da população aos profissionais. Isso aconteceu ainda na gestão passada, do então prefeito Valdemar Luiz Horbelt Coutinho (PSB), o Vavá.

A partir do início de 2021, já no mandato de Romero Luiz Endringer, os moradores passaram a não contar nem com o clínico geral, além de terem que conviver com a ausência de dentista desde que um novo posto de saúde foi instalado em uma escola desativada, já que o antigo estava com problemas de infraestrutura. Após a inauguração, os profissionais não retornaram.

O novo posto, segundo Carioca, funciona somente para atividades como aplicação de vacina e aferição de pressão arterial. Para consultas e exames, seja com médicos ou dentista, os moradores passaram a ficar mais dependentes do deslocamento até a sede de Santa Leopoldina. Em casos de complexidade maior, para Vitória.

Ele relata que não somente a falta de profissionais no distrito impossibilita os moradores de ter acesso à saúde, mas também de transporte público no distrito. Para ir até a sede, é preciso pagar um táxi, sendo que muitas pessoas não têm condições financeiras para isso, ou contar com carona, o que nem sempre é possível.

Há ainda o fato de que não se pode contar com motoristas de aplicativo, uma vez que não costumam ir até o distrito e há dificuldade para chamá-los, pois o acesso à internet é restrito. Ônibus, tanto para a sede quanto para a Capital, passa somente duas vezes por dia. Trata-se da viação Lírio dos Vales, que sai da rodoviária de Vitória rumo a Santa Teresa, passando por Santa Leopoldina. Além disso, segundo Carioca, a passagem é cara, impossibilitando muitos moradores de usufruir do transporte.

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Comentários: 1

Araujo em Quarta, 08 Junho 2022 11:47

Entrega o Município de Santa Leopoldina a algum município vizinho, acaba com os cargos de prefeito, secretários, vereadores, Câmara Municipal e vai juntando daqui e dali para pagar um salário menos ridículo aos profissionais de saúde. Se não tem como bancar, entrega as chaves para Serra, Santas Maria de Jetibá, Cariacica, Santa Teresa, tem opções.

Entrega o Município de Santa Leopoldina a algum município vizinho, acaba com os cargos de prefeito, secretários, vereadores, Câmara Municipal e vai juntando daqui e dali para pagar um salário menos ridículo aos profissionais de saúde. Se não tem como bancar, entrega as chaves para Serra, Santas Maria de Jetibá, Cariacica, Santa Teresa, tem opções.
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