CRM-ES afirma que não admitirá médicos cubanos trabalhando no Espírito Santo
O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) repudiou a intenção do Ministério da Saúde de contratar seis mil médicos cubanos para trabalhar no País. Segundo nota oficial divulgada pelo Conselho Regional de Medicina, os médicos não têm a devida revalidação de diplomas, prática internacionalmente reconhecida para avaliar a formação acadêmica do profissional.
De acordo com o governo federal, a intenção de trazer seis mil médicos cubanos para trabalhar no País tem o objetivo de reduzir a falta de médicos em regiões com menos recursos, normalmente rejeitadas por médicos brasileiros, que buscam colocação em regiões mais centrais, pois conciliam a atividade pública com outras jornaladas particulares.
Mas, segundo o CRM-ES, sem a devida validação os médicos "mal formados" podem prejudicar a população usuária do serviço de saúde. Além disso, medida é paliativa e desnecessária, visto que o País possui médicos suficientes para atender à demanda reprimida, pontuou a entidade.
“Não é a importação de médicos sem qualquer critério que vai trazer o bom nível de atendimento e de cobertura que se espera. Muito ao contrário. A importação de profissionais estrangeiros sem a revalidação dos diplomas não acaba com o sucateamento da saúde pública brasileira”, divulgou o CRM-ES.
O conselho classificou a medida do governo federal como uma tentativa de “tapar o sol com a peneira” e afirmou que o País precisa é de investimentos efetivos na saúde, que estariam sendo desviados, mal empregados ou subdimensionados.
Foram cobrados, ainda, políticas de melhorias de salário, condições dignas de trabalho e o fim dos problemas como a superlotação, pacientes nos corredores em cadeiras e até deitados no chão.
A falta de hospitais, leitos, materiais e equipamentos são uma das causas do sucateamento da saúde pública, e não a falta de médicos, entende o Conselho.
O Conselho afirmou que dentro das condições legais e institucionais não aceitará qualquer médico estrangeiro, que não tenha passado pela devida revalidação em universidade federal brasileira, desempenhará a medicina do Estado da Federação.
A posição é compartilhada também pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que no início do mês chegou a apresentar os resultados da revalidação de diplomas de médicos formados em Cuba na tentativa de contestar a proposta do governo.
Segundo o levantamento feito pelo CFM, dos 182 médicos formados em Cuba, que fizeram o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos em 2012, apenas 20 foram aprovados.
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