Sexta, 26 Abril 2024

Enfermeiros da rede privada iniciaram paralisação nesta quinta-feira

Os enfermeiros que atuam em hospitais privados deflagraram greve nesta quinta-feira (21) por conta da defasagem salarial e das condições de trabalho nos estabelecimentos. Nesta quinta a paralisação aconteceu no Hospital Vila Velha e nos próximos dias a paralisação deve se estender para outras hospitais ainda devem ser definidos em assembleias do Sindicato dos Enfermeiros no Estado (Sindienfermeiros-ES). 

 
De acordo com a presidente da entidade, Andressa Barcellos de Oliveira, as negociações com os hospitais se arrastam por sete anos, sendo que desde agosto de 2012 foram realizadas dez reuniões com os patrões, além de duas na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, mas nenhum avanço foi alcançado. 
 
Ela conta que o profissional enfermeiro que atua nos hospitais privados recebe R$ 10,12 por hora trabalhada. Mas, de acordo com cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese), o valor teria de ser 49,33% maior. Por isso, em julho do ano passado, oo sindicato apresentou a proposta de 50% de reajuste, para que os enfermeiros tivessem ganho real. A proposta foi recusada pelo patronato. 
 
Em dezembro, os enfermeiros se reuniram e reduziram a proposta para 30% de reajuste, que também foi recusada pelos patrões, que ofereceram 10%, resultando em impasse. “A situação do profissional de enfermagem hoje é ser explorado. Além de trabalhar acima de 44 horas semanais, o profissional tem de dar dois plantões por semana”, conta Andressa. 
 
Ela diz ainda que, além de pagar o valor baixo, os hospitais ainda contratam enfermeiros recém-formados como trainees, pagando abaixo do piso e precarizando ainda mais a relação de trabalho. 
 
Andressa acrescenta que a maior prejudicada é a população, que fica à mercê de profissionais sobrecarregados por conta da baixa remuneração. “Quem sofre é a população. Se o profissional recebe pouco ele tem de ter dois ou três empregos”, diz ela, ressaltando que os profissionais ficam mais suscetíveis a erros por conta do esgotamento físico e mental. 
 
Ela diz ainda que muitos profissionais têm receio de aderir ao movimento, já que dois enfermeiros já foram demitidos por estarem participando das negociações. Por isso, a paralisação não está sendo feita de maneira geral, e sim cada hospital por vez. Nesta quinta-feira foi no Hospital Vila Velha e nos outros dias de greve deve se repetir em outros hospitais que ainda vão ser definidos.
 
  

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