Sábado, 18 Mai 2024

Estado teve 11 mortes suspeitas por leptospirose após as chuvas

Estado teve 11 mortes suspeitas por leptospirose após as chuvas
As fortes chuvas do final do ano passado trazem para a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mais uma preocupação: o aumento do número de casos de leptospirose, doença transmitida por uma bactéria encontrada na urina principalmente de ratos e presente na água das enchentes, lama e esgoto. A Sesa vem monitorando os municípios capixabas, principalmente os mais atingidos pelas enchentes, e já registra mais de 244 notificações de casos suspeitos e 11 óbitos investigados pela doença.
 
A gerente de Vigilância em Saúde Estadual, Gilsa Rodrigues, afirma que a Sesa vem intensificando a capacitação e o contato com os municípios para ficarem atentos ao diagnóstico precoce e iniciar imediatamente o tratamento, por antibiótico, em caso de suspeita de leptospirose. As informações sobre os números da doença no Estado serão divulgadas em um boletim semanal, às terças-feiras.
 
A Secretaria está preocupada em alertar a população quantos aos riscos que a doença representa. Por isso orienta que, aos primeiros sinais e sintomas, a pessoa procure o serviço de saúde. 
 
Quem já entrou em contato com água suja deve ficar atento a sintomas como febre alta, dor de cabeça e dor muscular (principalmente na panturrilha), náuseas, vômitos, icterícia (cor amarelada da pele, mucosas e olhos), fraqueza, tonteira e diarreia. Também é importante que a pessoa informe ao médico que teve contato com água de enchente. Após a contaminação, leva-se de sete a 40 dias para que os primeiros sintomas se manifestem. O cuidado precoce pode evitar as mortes em função da doença.
 
Proteção
 
A Sesa alerta para que seja evitado ao máximo o contato direto com águas de inundações ou enchentes. Quem vive em áreas onde o acesso ao saneamento básico é baixo e que constantemente ficam alagadas deve ter o cuidado redobrado, como sempre proteger o pé (com calçados ou até mesmo sacola plástica amarrada nos pés e mãos), evitar contato com roedores (os principais transmissores), lavar bem os alimentos, ter cuidado com a água ingerida e evitar acúmulo de entulhos em terrenos baldios.
 
Para desinfecção do ambiente, é preciso primeiro retirar a lama com mãos e pés protegidos e depois lavar o ambiente com uma solução preparada com 400 ml de água sanitária para cada 20 litros de água em um balde. Deve-se umedecer os panos e limpar cada ambiente lavando o chão, paredes e objetos. 
 
Vale ressaltar que após o contato com a água contaminada a pessoa deve sempre lavar-se com água e sabão e usar álcool para ajudar a eliminar as bactérias. Já os trabalhadores que precisam manusear fossas e esgotos precisam usar proteção especial, como botas e luvas.  
 
Outras recomendações importantes são lavar bem os alimentos, ter cuidados com a água ingerida e manter os ambientes sempre limpos, livres de entulhos ou restos de alimentos que possam atrair roedores. Se houver presença de ratos, deve-se procurar o Centro de Controle de Zoonose do município. 
 
Caixas d’água devem ser lavadas duas vezes por ano. Mas se forem atingidas por enchentes siga esses procedimentos: fechar o registro e esvaziar a caixa, abrindo as torneiras e dando descargas.  Quando a caixa estiver quase vazia, feche a saída e utilize a água que restou para a limpeza da caixa e para que a sujeira não desça pelo cano.  Esfregue as paredes e o fundo da caixa utilizando panos e escova macia ou esponja.  
 
Nunca use sabão, detergente ou outros produtos. Retire a água suja que restou da limpeza, usando balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa.  Deixe entrar água na caixa até encher e acrescente um litro de hipoclorito a 2,5% para cada mil litros de água.  Pode ser usada a água sanitária sem alvejante e sem perfume.  Aguarde por duas horas para desinfecção do reservatório.  Esvazie a caixa, tampe-a. Abra o registro para enchê-la novamente.  A água estará pronta para o uso.
 
A leptospirose é causada por uma bactéria (Leptospira) que é eliminada, principalmente, pela urina dos ratos. Com as chuvas, as fezes e urina dos roedores se misturam com a água alagada que passa a ficar contaminada. O simples contato da pele com essa água ou lama pode transmitir a doença. 
 
Como se prevenir
 
- Controlar a população de ratos é a principal forma de evitar o risco de leptospirose. Para isso, é preciso que o ambiente seja mantido limpo. Ou seja, quanto menos rato, menor o risco.
- Não entre em ambientes de lama ou em locais de criação de animais sem proteção adequada, como luvas e botas. 
- O lixo doméstico deve ser ensacado e posto fora de casa, no alto, pouco antes de o lixeiro passar.
- É importante manter limpos quintais, terrenos baldios, ruas e córregos, evitando entulhos e objetos inúteis.
- Terrenos baldios devem ser limpos, murados e sem lixo.
- Mantenha a caixa d’água limpa e bem tampada, evitando a invasão de ratos.
 
Casos no Estado
 
2009 – 246 casos confirmados e 06 óbitos
2010 – 277 casos confirmados e 03 óbitos
2011 – 290 casos confirmados e 18 óbitos
2012 – 241 casos confirmados e 16 óbitos
2013 – 111 casos confirmados e 04 óbitos (até novembro)
 
2014 – 244 casos notificados, sendo 33 descartados e 11 óbitos em investigação
 
Os dados de 2014 se referem ao monitoramento dos casos relacionados ao período de chuvas ou enchentes contados a partir de 1 de dezembro 2013, data do primeiro alerta da Defesa Civil Estadual para as chuvas. Ao final das investigações dos casos, a equipe avaliará a qual ano cada um pertence.

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