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Investigação aponta transmissão comunitária no ES desde janeiro

Paciente testou positivo 30 dias após ter sintomas gripais. Caso agora é o 1º oficial do País

O Espírito Santo já vivia a transmissão comunitária pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) desde janeiro e passa agora a registrar o primeiro caso oficial de Covid-19 do País. O anúncio foi feito nesta terça-feira (11) em coletiva de imprensa realizada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. 

As conclusões, explicou Nésio Fernandes, são de uma investigação com teste sorológico (verificando titulação de IGg) em amostras biológicas da soroteca – tipo de armazenamento de materiais de exames laboratoriais que podem ser usados em futuras novas análises sem necessidade do paciente repetir a coleta – do governo do Estado, referente a pacientes que coletaram sangue para investigação de arboviroses e para doação de sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Espírito Santo (Hemoes), no período de dezembro até os primeiros meses de 2020. 


“Diante das investigações realizadas, nós queremos reconhecer que o ES vivia uma situação de transmissão comunitária da doença anterior ao dia 26 de fevereiro, que foi o primeiro caso confirmado oficialmente no País, como caso importado”, afirmou o secretário.

A identificação dos anticorpos contra o SARS-CoV-2 foi feita em uma amostra biológica datada do dia 11 de fevereiro, de uma pessoa que doou sangue para o Hemoes, do município de Guarapari. A paciente, salientou, não havia viajado para o exterior e apresentou sintomas respiratórios um mês antes da coleta, estando assintomática nos últimos 14 dias anteriores à doação de sangue. “Nós notificamos o Ministério da Saúde e os dados desse paciente serão preservados”, assegurou.

A investigação em outras amostras pode apontar um novo caso anterior a esse de 11 de fevereiro, disse Nésio, já que, nessa data, a transmissão já era de caráter comunitário, quando não é possível identificar a origem da contaminação.

As áreas específicas continuarão a investigação do caso, para que possa ser estabelecido possível vínculo entre essa primeira confirmação e casos secundários. A ênfase será em todos os óbitos que ocorreram por arboviroses – doenças transmitidas por mosquito, como dengue, zika e chikungunya – em especial os casos descartados para arboviroses. Daí será possível identificar o primeiro óbito sobre Covid-19, provavelmente anterior ao que já foi anunciado.

Os gestores informaram que há relatos de outros casos em outros estados e está sendo feito um alinhamento com o Ministério da Saúde para reconhecer qual o primeiro caso no País, mas, no momento, “entre os casos publicados e reconhecidos, este se consolida por enquanto como o primeiro caso no País em comparação com o primeiro caso notificado oficialmente”, informou.

Nésio Fernandes disse ainda que “a diferença dos estudos que estamos fazendo com os que já identificaram o vírus no esgoto de várias cidades do país e do mundo, é que nós conseguimos localizar o indivíduo, então a partir da investigação do indivíduo, é possível estabelecer outros estudos, nexos e investigações dos casos que derivaram desses primeiros registros reconhecidos”.

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