Terça, 07 Mai 2024

Polícia não divulga informações sobre linha de investigação da morte de procurador

Polícia não divulga informações sobre linha de investigação da morte de procurador
Ainda não há nenhum fato novo sobre a execução do procurador da Câmara de Conceição da Barra, no norte do Estado, Marcelo Vaccari Quartezani. Ele foi encontrado morto com dois tiros na localidade de Jataipeba, em Linhares, também no norte do Estado, no dia 26 de julho, depois de ter desaparecido de Conceição da Barra dois dias antes. 
 
O crime está sendo investigado pelo delegado titular da Delegacia de Crimes contra a Vida (DCCV) de Linhares, Fabrício Lucindo Lima. As tentativas de contato telefônico da reportagem com o delegado nessa quarta-feira (6) foram em vão, por isso, Seculo Diário recorreu à assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para ter informações sobre o andamento das investigações e se a tese de crime de mando estava sendo considerada pela autoridade policia. 
 
Em resposta, a Secretaria informou somente que as investigações estão estão avançadas, e que a polícia está empenhada para identificar o autor do homicídio. No entanto, nenhum detalhe acerca do inquérito policial foi divulgado sob a alegação de que poderia atrapalhar as investigações.    
 
Da forma como foi cometido, o assassinato guarda características com crime de mando. O procurador desapareceu de Conceição da Barra na tarde de 24 de julho, depois de atender a uma ligação. O corpo foi encontrado com dois tiros na cabeça – o que é sinal de execução – em Linhares. Não se sabe se o assassinato foi cometido no município ou se somente o corpo foi levado para lá. O carro de Marcelo foi encontrado em 25 de julho, queimado, na localidade de Humaitá, no mesmo município. Também não há a informação se algum pertence do procurador foi roubado. 
 
Este é o segundo crime de repercussão em que os corpos são encontrados em Linhares, apesar de as vítimas não serem residentes no município. No caso do procurador de Conceição da Barra ele sequer estava em trânsito, simplesmente sumiu no município em que residia e foi encontrado dois dias depois em Linhares, cerca de 120 km de distância.
 
Outro caso de repercussão ocorrido com uma pessoa não residente em Linhares, mas que ocorreu no município foi o assassinato do professor da Universidade Federal do Estado (Ufes), que era diretor do Hospital Roberto Arnizaut Silvares, Valdenir José Belinelo. 
 
Belinelo foi morto a facadas na localidade de Rio Quartel, em Linhares, em 21 de março de 2012, quando retornava de Vitória, onde tinha participado de uma reunião. Depois de quase dois anos e meio do crime, nenhuma resposta sobre o inquérito foi dada pela Polícia Civil, mesmo após diversos pedidos de informação. 
 
O caso do professor também é investigado pelo delegado Fabrício Lucindo que, mesmo após quase dois anos e meio depois de ocorrido o crime não fornece qualquer informação sobre as investigações. Belinelo não residia em Linhares, mas em São Mateus, e estava seguindo de Vitória, onde tinha passado por reuniões durante todo o dia, para o município em que morava, mas teria sido vítima de uma emboscada em Aracruz (norte do Estado) e morto em Linhares. 
 
O delegado não passou qualquer informação sobre as investigações da morte de Belinelo, nem na ocasião do crime, nem dois anos e meio depois que ele aconteceu. 
 
Assim como no caso do professor Valdenir Belinelo, em que o deputado do município de São Mateus – Eustáquio de Freitas (PSB) – sequer cobrou explicações da Sesp sobre a morte do diretor do hospital, no caso do procurador Marcelo Vaccari, a Câmara silenciou sobre a morte do servidor. Na região norte do Estado, os crimes de mando se sucedem sem que haja punições aos envolvidos e permanecem amedrontando a população. 
 
Antecedentes 
 
As informações sobre a morte do professor estão no roteiro percorrido por ele no dia do crime. Durante todo o dia, Belinelo esteve em Vitória, onde passou por reuniões com o deputado estadual José Carlos Elias (PTB) e com o então secretário de Estado de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho, Jadir José Péla. Com o secretário, a reunião teve o objetivo de debater a aquisição de equipamentos mais modernos para o hospital. Todas as reuniões daquele dia transcorreram sem quaisquer anormalidades. 
 
Após a reunião, o professor informou ao deputado que iria ao Shopping Vitória fazer um lanche e depois seguiria para São Mateus. Elias ainda tentou demover o professor da ideia de voltar ao norte do Estado, por conta do horário e porque ele havia tido um dia atribulado em Vitória. Ainda assim, Belinelo insistiu no retorno. 
 
Toda a passagem do professor pela Assembleia e pelo shopping foi captada pelos circuitos de videomonitoramento dos locais, cujas imagens foram recolhidas para análise pelo superintendente de Polícia do Interior, sobre chefia do delegado Danilo Bahiense. 
 
Já na estrada, o professor – que estaria com outro passageiro no carro – fez uma parada no restaurante Pamonharia da Roça, mm movimentado estabelecimento no município de Aracruz (norte do Estado), no que acredita-se tratar de uma emboscada, já que, quilômetros depois, em um local ermo, ele foi assassinato. A lanchonete, muito conhecida pelas pessoas que trafegam pela BR-101 norte, também tem circuito de videomonitoramento e as imagens foram recolhidas.
 
No entanto, do inquérito nada se conhece, já que nenhuma informação foi fornecida desde que o crime ocorreu.       

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