Diretores de presídios de Colatina pedem doação de produtos de higiene

O Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Estado (Sindaspes) realizou uma fiscalização em unidades prisionais de Colatina, no noroeste do Estado, neste domingo (29), como parte da operação-padrão iniciada na última semana. As ações foram feitas no Centro de Detenção Provisória de Colatina (CDPCol) e na Penitenciária de Segurança Média de Colatina (PSMCol) e nas duas unidades foram constatadas irregularidades. 

 

As duas unidades apresentam quadro de superlotação e número insuficiente de inspetores penitenciários para garantir a segurança. No CDPCol existem 680 internos, sendo que a capacidade é para até 500 pessoas. Neste domingo havia apenas 17 inspetores na unidade, o que representa proporção de 40 internos o por inspetor. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) recomenda que a proporção seja de até cinco internos por inspetor. 

 

Por conta da falta de segurança, o Sindaspes recomendou que a visita à unidade fosse feita em grupos. 

 

Na unidade também falam os kits higiene, que devem ser fornecidos pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) aos internos, mas não estão sendo entregues. Em vez disso, a direção da unidade está solicitando que os familiares levem produtos de higiene e máquinas de cortar cabelo. Os familiares dos internos estavam indignados com falta desses produtos e disseram que a situação dentro da unidade está precária

 

A mãe de um dos internos relatou que alguns deles estão trocando o doce fornecido no almoço por sabonetes. 

 

Na PSMCol a situação se repete. No local há 380 internos, sendo que a unidade tem capacidade para 270. Neste estabelecimento, no entanto, o número de inspetores penitenciários é ainda menor do que no CDPCol. 

 

Neste domingo, dia de visita, quando aumenta o número de pessoas circulando na unidade, havia apenas seis inspetores penitenciários, sendo três armados. Ao chegar na unidade, os diretores do Sindaspes constataram que as guaritas estavam vazias. 

 

Ao perceberem a ação fiscalizadora do sindicato, os gestores da unidade acionaram a Diretoria de Operações Táticas (DOT) da Sejus. Com isso, mais quatro inspetores armados puderam reforçar a segurança da unidade.

Os gestores também colocaram um inspetor em designação temporária (DT) desarmado na guarita para fazer a vigilância, o que é um procedimento é irregular. 

 

Na PSMCol também faltam os kits higiene dos internos e os gestores pedem que as famílias doem os produtos para a unidade.