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Depois de encontro histórico, Igreja e movimentos sociais criam fórum permanente

Foram cerca de 500 pessoas de diversos movimentos sociais que participaram do encontro Igreja e Sociedade em Ação, no último sábado (27). Agora, o objetivo é manter um fórum permanente de diálogo, que terá como uma das primeiras atividades uma plenária no próximo dia 8 de agosto, às 19h, no auditório do Colégio Agostiniano, no Parque Moscoso, Centro de Vitória. O objetivo é a construção do Grito dos Excluídos, marcha que acontece há 25 anos na data de 7 de setembro.

Maria da Luz Fernandes/Arquidiocese de Vitória

O encontro do último sábado, que contou com presença do arcebispo de Vitória, Dom Dario Campos, foi considerado um divisor de águas para esta relação entre Igreja Católica e movimentos sociais, segundo o Padre Kelder Brandão, do Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da ArquIdiocese de Vitória.

“Fortaleceu vínculos históricos, que foram construídos a partir da década de 70. Chamou a atenção o espírito de alegria dos participantes, uma vibração muito grande e positiva com essa retomada da proximidade da Igreja com os movimentos. Estamos vivendo um tempo muito duro de descrença e desânimo e com as instituições sem direcionamento. É importante poder se reunir para decidir a melhor forma de se juntar para enfrentar esse momento”, afirmou o padre.

Militante do movimento negro e dos direitos humanos, Lula Rocha, do Círculo Palmarino, participou do encontro e também considerou relevante a reconexão e perspectiva de ações conjuntas diante da conjuntura adversa. Ele levanta como questões que ganharam destaque no debate a violência no Espírito santo, com destaque para a ação da Força Nacional em Cariacica e os conflitos territoriais em comunidades periféricas, a questão ambiental, a retirada de direitos com a reforma da Previdência, entre outros.

Maria da Luz Fernandes/Arquidiocese de Vitória

A coordenação do Fórum Igreja e Sociedade em Ação está composta provisoriamente por 12 representantes de segmentos sociais como movimento negro, sindical, direitos humanos, mulheres, camponeses e atingidos por barragens. Além das reuniões de coordenação, devem acontecer plenárias periódicas abertas a todos movimentos, como a de 8 de agosto.

Neste ano, o Grito dos Excluídos trará como tema “A vida em primeiro Lugar – Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade”, denunciando os crimes ambientais e sociais existentes e aprofundados pela política agressiva do governo federal em relação ao seres humanos, à natureza e à vida em geral.

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