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A política do terror de PH

É impressionante como o governador Paulo Hartung (PMDB) insiste nessa sua quase obsessão de abater o ex-governador Renato Casagrande (PSB) antes da chegada do processo eleitoral, contando, para tal empreitada, com a total omissão da classe política, que se finge de rogada.
 
Aliás, a classe política começou a se omitir lá atrás, quando o governador, à semelhança do que havia feito com outros antecessores, aplicou em cima de Casagrande o discurso de que teria herdado um governo “quebrado”. Essa estratégia, porém, não funcionou com o ex-governador Renato Casagrande, que reagiu à altura, provando que, ao contrário do que lhe imputava Hartung, entregara o governo com as finanças saneadas ao sucessor.
 
Como esse discurso não logrou êxito, PH levou o propósito de torná-lo inelegível à Assembleia Legislativa. Foi neste contexto que Hartung ordenou a criação da CPI dos Empenhos. Os membros do colegiado foram escolhidos a dedo para cumprir a tarefa de limar aniquilar Casagrande do cenário politico.
 
Apesar do zelo para construir o plano, Hartung foi surpreendido com o relatório de um deputado de sua própria base. Euclério Sampaio (PDT) negou incluir Casagrande como responsável pelas “pedaladas” no relatório. Hartung, quem diria, tomou rasteira de um deputado que até então esteve sempre em todas as articulações em favor dos interesses do governador na Assembleia. 
 
A decisão de Euclério provocou um corre-corre danado no Palácio Anchieta. Os governistas precisavam arrumar um jeito de derrubar o relatório do pedetista. Quatro pedidos de vista surgiram até agora com esse propósito. Mas o sonhado voto em separado para incluir Casagrande ainda não veio. Pode vir agora com Gildevan Fernandes (PMDB), último a pedir vista. Resta ao líder do governo na Assembleia a missão de indiciar o ex-governador, manobra que deixa cada vez mais evidente as digitais do governador.
 
Importante não são os propósitos de PH, e sim a negligência da classe política em si. Nem ante a uma manobra que é um verdadeiro atentado à democracia, os deputados não se manifestam, principalmente os que assistem essa afronta à democracia de camarote.
 
Agora surge o Ministério Público de Contas (MPC) como reforço a esse mesmo propósito. A missão do MPC é a mesma: livrar o governador de um embate eleitoral com Casagrande.
 
A repercussão nos meios políticos recomenda que Euclério se cuide: o governador, mais cedo ou mais tarde, vai pegá-lo de jeito. Como invariavelmente ocorre com aqueles que atravessam o seu caminho. PH quer botar pânico é quem o desafia.
 
Não fosse esse pânico usual que toma conta dos políticos no Espírito Santo, eles já teriam tido frieza para refletir que a anulação de um dos polos não será boa para a classe político. Manter Casagrande vivo pode ser uma estratégia interessante de sobrevivência para a classe política capixaba. A hegemonia só favorece a PH.
 
Clama-se, então, para que surjam outros Euclérios, com coragem e ousadia para renunciar ao temor e desafiar PH.

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