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Acorda, PT!

A insensibilidade política do presidente estadual do PT, Genivaldo Lievori, contra a decisão do deputado federal Hélder Salomão em disputar a prefeitura de Cariacica, onde o petista era apontado como franco favorito, revela uma visão míope, de que vê o partido irremediavelmente abatido.
 
Lievori se junta aos petistas que defendiam usar Helder para salvar uma única prefeitura no Espírito Santo. Essa estratégia equivocada reduziria totalmente as possibilidades de o PT entrar nas grandes disputas em 2018: governo do Estado, Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. 
 
Essas disputas, por natureza, exigem um puxador de votos com a estatura política de uma liderança como Helder, que se notabilizou nacionalmente como exemplo de gestor que fomentou o empreendedorismo em um município pobre, repleto de problemas sociais. Helder deu uma aula de gestão e recebeu prêmios em reconhecimento ao seu trabalho. Os bons resultados construíram uma marca forte no município que lhe confere hoje um invejável lastro eleitoral. 
 
Se sempre houve um Estado em que o PT foi bem eleitoralmente, esse estado foi o Espírito Santo. Não precisa olhar muito para trás para fazer essa constatação. Até outro dia João Coser comandava a capital Vitória. Dois de seus correligionários ainda governam cidades importantes como Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. É verdade que essas três lideranças não souberam cultivar seus mandatos, e hoje colhem impopularidade. Situação oposta à de Helder, que soube preservar seu legado.
 
Na questão política do partido, sempre prevaleceu a franca competição entre suas correntes. No Espírito Santo, sempre tiveram mais força as correntes ideologicamente mais radicais, representadas por Leonardo Deptulski (Colatina) e Carlos Casteglione (Cachoeiro de Itapemirim). 
 
Diferentemente dos dois prefeitos, Helder procurou assumir uma posição mais distante desse embate ideologicamente mais extremo. Vestiu-se sempre de democrata, mantendo-se em sintonia aos segmentos da Igreja Católica. Criou para si e para os seus pares a “Corrente dos Independentes”. Deixando essa corrente de fora desse embate que prepondera desde que o PT é partido político: “O socialismo que queremos”.   
 
Ao  trocar a prefeitura de Cariacica para uma atividade política que abrange todo o Estado, Helder está dizendo para dentro do partido que o seu centro de gravidade mudou. E que o partido não pode se furtar à disputa de 2018. Isso não quer dizer que Helder tenha a obrigação de disputar e conquistar o governo do Estado. Longe disso.
 
Mas essa seria uma saída interessante para o PT, numa hora em que o partido cambaleia para não ir a nocaute com os golpes impiedosos da Lava Jato. O PT capixaba ainda tem uma agravante: carrega o fardo de ter arrendado o partido a Paulo Hartung.
 
O cenário atual no Espírito Santo é polarizado por duas grandes lideranças – Renato Casagrande e Hartung – que se engalfinham na disputa para o governo em 2018. Essa polarização abre espaço para o surgimento de uma terceira via. Cabe perfeitamente nesse contexto alguém com as credencias políticas de Helder Salomão.    
 
 
  
        

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