Sexta, 03 Mai 2024

Agora aguenta

Às vésperas da eleição para a presidência da Assembleia não há mais no plenário da Casa qualquer indício de recuo. O presidente da Mesa Diretora para os próximos dois anos será mesmo Theodorico de Assis Ferraço (DEM). Risco assumido, agora é hora de os deputados começarem a torcer. Isso porque se alguma coisa acontecer com Ferraço, ele vai levar para a vala os demais 29 parlamentares que lhe garantiram apoio.



Ao todo, Ferraço tem 23 processos tramitando na Justiça, nove tramitam no Tribunal de Justiça por improbidade administrativa. O presidente da Casa foi indiciado no inquérito da Operaçào Derrama que apura fraudes em prefeituras com empresas de recuperação de créditos.



Dois anos é tempo mais do que suficiente para que, se provada sua participação no esquema, ele seja punido. Se isso não acontecer, ainda corre o risco de uma das ações que tramitam contra ele transitarem em julgado e a coisa se complicar.



A seu favor Ferraço conta com a Emenda 85, que transferiu o julgamento das ações contra prefeitos e deputados que possam resultar na perda do cargo para a segunda instância. Mas, se por um lado Ferraço se livrou do julgamento de prefeitos por juízos de primeira instância, de outro, o julgamento cai direto no colegiado, acabando com a história de vez.



O grande problema para os deputados é o julgamento público. Os parlamentares estarão em 2014 na disputa pela permanência na Casa. Terão que encarar o eleitor e explicar qual o compromisso assumido no Legislativo que garantiu a recondução do presidente mesmo em meio à tanta insegurança política.



Por enquanto há um interesse de parte da opinião pública em blindar a imagem de Ferraço, mas há um limite para essa proteção, se as investigações se aprofundarem e a responsabilidade de Ferraço na história for provada, vai ficar difícil evitar o desgaste. Os deputados são agora, avalistas de Ferraço, logo vão ter que ajudar a pagar conta quando ela chegar.



Fragmentos:



1 – A definição da Mesa Diretora da Assembleia, que acatou a liminar determinando a posse de Olmir Castiglioni (PSDB), veio em tom jocoso, após o tucano declarar que ouviria primeiro a opnião do partido.



2 – Mas nos bastidores, o comentário é de que haveria um certo terrorismo sobre o vereador que terá de renunciar ao cargo para assumir o mandato na Assembleia. O perigo é o efeito Esmael Almeida (PMDB), que agora vai perder o mandato de deputado estadual.



3 – Essa pressão para que Castiglioni recue, porém, não tem sentido, já que dificilmente Paulo Roberto (PMDB) terá êxito em provar que não infringiu a regra de infidelidade partidária para retornar ao mandato.

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