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Correção no destino

A entrada do senador Ricardo Ferraço no PSDB com as pompas devidas – solenemente em Brasília, como também o será agora (dia 1 de março) no Espírito Santo -, marca uma mudança de comportamento político para o partido no Estado. É uma espécie de retomada do seu próprio controle político.
 
Na prática mesmo a mudança vai desatrelá-lo do governador Paulo Hartung (PMDB). O que não impede, porém, que num futuro possam novamente estar juntos num processo eleitoral ou no governo. Isto se estiver de acordo com os interesses do próprio partido.
 
Para entrar no PSDB, o senador Ricardo Ferraço cumpre o papel de abrir a porta do entendimento com o lado contrário a PH. Mais precisamente com o ex-governador Renato Casagrande (PSB), num reconhecimento tático de que há, pelo menos, por ora, dois caminhos para se alcançar o governo em 2018.
 
Explícito na relação que o senador Ricardo Ferraço estabeleceu com o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), como caminho da sua própria reeleição com a devida influência na eleição para o governo, além de atender os interesses nacional do novo partido de contar com um senador de destaque no Senado. Tanto que a entrada dele fez o presidente nacional do partido, Aécio Neves, tentar fazê-lo líder da oposição no Senado. Só não conseguiu porque o DEM, como partido da vez, não abriu a mão da liderança.
 
Aqui pelo Estado a ida de Ricardo para o PSDB tira do controle do governador Paulo Hartung uma das vagas para o Senado. São duas em disputa nas eleições de 2018, mas uma o governador já apalavrou com o senador Magno Malta (PR). A outra, sendo do PSDB, acaba com o lenga-lenga dele de que tanto poderia disputar o Senado como o governo. Essa dúvida permitia também que o tucano César Colnago se colocasse como um virtual candidato ao governo.
 
A candidatura à reeleição do Ricardo Ferraço acaba de vez com isso. Só sobra uma porta para PH: terá que ser definitivamente candidato ao governo, o que facilita a estratégia de ser vencido, mormente se o PSDB se bandear para um outro lado.
 
Antes de chegar aos finalmentes, voltemos ao Colnago. Habitual parceiro de PH e introdutor dele no PSDB, a intenção é de preservá-lo no devido tamanho no partido, mas só que dentro dessa nova realidade. Desejo que vai do Aécio Neves a boa parte dos tucanos plumados no Estado.
 
Mal-estar mesmo causou a pretensão do governador Paulo Hartung em filiar no PSDB o líder do seu governo na Assembleia Legislativa, Gildevan Fernandes (PV), cumpridor das piores missões de seu governo.Mas as chances de Gildevan virar tucano eram ínfimas, para não dizer nulas. Mas vão tocando o caso sem desagravos pela baixa representação política do postulante a tucano.
 
Outra figura que está sob vigilância (no bom sentido) é o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas, que ao longo do tempo tem cedido espaços políticos a PH em prejuízo do partido e dele próprio. A ponto de se ouvir de velhos tucanos que PH é uma serpente que o seduz sempre. Mas a partir de agora alguém será escalado para não deixar a serpente aproximar-se dele por ser vital à nova realidade do partido elegê-lo prefeito de Vitória.
 
Mas, no fundo, no fundo mesmo, o cerne do processo é o de se livrar das maldições políticas que imperam na política capixaba há mais de 12 anos.

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