Os prefeitos da região metropolitana parecem ter descoberto a roda. Em todos os assuntos possíveis se referem a realização de um consórcio com os demais municípios. A tão sonhada região metropolitana parece cada vez mais real. Mas, por enquanto, tudo não passa de discurso. Se vai se efetivar vai depender do cenário econômico para este ano.
A realização de consórcios está bem longe de ser uma novidade. No Espírito Santo mesmo, essa prática é comum no interior do Estado, para que os prefeitos possam tentar solucionar problemas que afetam as cidades de forma comum, como a falta de especialidades médicas de média e alta complexidade, por exemplo. Mas na Grande Vitória, a situação é bem diferente.
Sempre se falou muito em integrar a região metropolitana. No início do governo Renato Casagrande (PSB) até foi criado um departamento na Secretaria de Governo para debater o assunto, mas o tema logo foi abandonado, como sempre acontece. O motivo é uma falta de interesse dos prefeitos em abrir mão da vaidade para unir forças em torno de problemas comuns.
Os cinco principais municípios da região – Cariacica, Vila Velha, Viana, Serra e Vitória –, apesar da proximidade física, têm características econômicas, políticas e sociais muito diferentes, e sempre houve o interesse dos prefeitos em preservar suas diferenças, garantindo assim a visibilidade dentro de suas cidades. Com a criação da região metropolitana, essa visibilidade ficaria bem diluída.
Agora, porém, a situação é outra. Com a crise política e econômica, as prefeituras têm encontrado muita dificuldade para apresentar resultados. No Estado, a redução de 12 para 4% dos recursos do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) tirou de muitos prefeitos uma boa grana, o que prejudicou grande parte das gestões.
Sem recursos para fazer investimentos, a solução seria o consórcio dos prefeitos para realização de obras comuns que garantiriam entregas nas prefeituras, e fortaleceriam a imagem dos prefeitos, mas isso se concretizará se os municípios continuarem sem saída. Se um deles se desprender da crise, o consórcio se acaba.
Por enquanto, esse discurso alimenta expectativas, porque todo mundo fala sobre tudo e ninguém realiza nada. Neste contexto, pode até se falar em assumir obras que seriam de responsabilidade do Estado, como a Leitão da Silva. Tá tudo certo, é só discurso mesmo.
Fragmentos:
1 – O vereador Davi Esmael (PSB) faz parte agora da galeria dos ex-prefeitos de Vitória, no painel exposto na sede da prefeitura Municipal. Ele substituiu o prefeito Luciano Rezende (PPS) em 2014.
2 – Na última quinzena de dezembro, os servidores da Serra fizeram um mutirão de organização de arquivos. Com esta ação foram liberadas cerca de 4 mil pastas de processos iniciados em 2013 e mais de 7 mil bailarinas (capas de processos), que foram devolvidas ao setor de protocolo para serem reutilizadas.
3 – Ao jornal Tempo Novo, da Serra, o vereador mais bem votado do município, Adriano Galinhão (PTC), afirmou, às vésperas da posse, que acreditava em uma eleição da Mesa Diretora tranquila. Errou feio.