Endureceu o jogo
Apesar do manifesto interesse do PT capixaba em integrar a coligação do governador Renato Casagrande, esse desejo não é tão fácil de ser realizado, pois a eleição de governador estará implicitamente ligada à disputa para a Presidência da República.
O governador Renato Casagrande entendeu essa situação melhor que todo mundo. Aproxima-se do PSDB e do MD, do prefeito de Vitória, Luciano Rezende, encaixando-se com a realidade nacional em que PSDB e MD vão estar juntos com a Rede (ainda em encubação) da ex-senadora Marina Silva.
Essa não é a fórmula desejada. Mas é um novo guarda-chuva para a sua reeleição. Para suprir a sua desejável coligação com PMDB e PT dentro. A mesma condição em ajustar-se com a eleição presidencial faz também o PMDB estadual precaver-se, reservando o senador e Ricardo Ferraço para vir a disputar o governo.
Enquanto o quadro nacional não havia ainda interferido no processo estadual, tudo girava em torno de tirar o palanque da Dilma do alcance do senador Magno Malta (PR), cuja candidatura ao governo deixou de haver dúvidas há muito tempo. Para evitá-lo, àquela altura, o governador Renato Casagrande chegou a idealizar um palanque estadual alheio aos palanques nacionais.
Mas durou pouco. Não há mais como prosseguir. Vai ter que ajustar a eleição estadual à presidencial. Na presidencial formam-se dos grupos fortíssimos: o da Dilma com vários partidos a partir da conservação da aliança do PT com o PMDB. E outro que reúne o PSDB, com a candidatura do senador Aécio Neves, numa linha de entendimento para o segundo turno com o candidato do PSB, Eduardo Campos, juntando-se ainda Marina Silva com a sua rede.
O ajuste estadual está dentro disso aí. Quem pode dançar com a mudança é o PT. Ficou sem pouso e ainda por conta de zelar pelo palanque da Dilma. Tem problemas de ordem ideológica de ir para o palanque do Magno para o Casagrande, com todo o seu desejo, os obstáculos são quase que intransponíveis. Sobra o PMDB se realmente vier com candidato ao governo.
A eleição está a 16 meses, eles vão ter, no máximo, mais quatro ou cinco para buscar caminhos, não se esquecendo que no PMDB, de acordo com o quadro, pode muito bem trocar o senador Ferraço pelo ex-governador Paulo Hartung, desde que ele conseguia livrar-se das maracutais do seu governo.
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