Era Ferraço
O espetáculo da reeleição à presidência da Assembleia Legislativa de Theodorico Ferraço (DEM), nessa sexta-feira (1), instala uma nova era política no Espírito Santo. Agora, se será longa, breve ou pequena, não há como prever, por uma série de circunstâncias. Certo, certo, é que a Era Ferraço está a suceder a de Paulo Hartung (PMDB). Como será? Difícil também de se prever, pelo histórico da carreira política do seu donatário, nos seus mais de 40 anos de vida pública produzindo tempestades e convivências políticas extemporâneas. Tais quais as vividas com o próprio ex-governador: já esteve com ele, contra ele, e agora novamente com ele. E sem temer, como uma infinidade de políticos, a onipotência de PH.
Enlameado
Carregado de processos, no dia de sua reeleição Ferração era a própria figura de uma virgem política, embora seja, de verdade, uma rodada donzela que já frequentou os principais bordéis políticos do Estado.
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Só que nesse atual processo, está igual à história do pato da perna quebrada, obrigando-se a caminhar como se a perna não estivesse avariada, levando em consideração sua capacidade de resistência, aliado à sua condição, em fazer, quando necessário, pacto até com o diabo - enquanto o diabo lhe aparentar santidade.
Mais
Ferração é tão imprevisível que não há a mínima chance de se conhecer o seu inimigo e, muito menos, o seu aliado. E ninguém neste Estado roda o toco melhor do que ele, ainda mais com o atrevimento e ousadia política que lhes são inerentes. Nunca foi, entretanto, uma figura obcecada pelo poder, que para ele faz parte do jogo político. E como experiente frequentador de rodas de pôquer, Ferraço vem se dando bem. É, então, um animal político cheio de instintos, mas sem nenhum código de lealdade. A merecer, portanto, enormes cuidados.
Eleito
Se não botarem um guizo no petista e vice-governador Givaldo Viera, ele fará reserva de domínio de uma das 10 vagas de deputado federal. A vice-governadoria lhe deu acesso aos instrumentos de poder, permitindo que fizesse alianças à direita e à esquerda. Vai do sul do Estado ao norte, passando por novos prefeitos que levaram benefícios do governo.
Restringe
A condição eleitoral de Givaldo reduz as possibilidades de outros companheiros de PT conseguirem uma vaga na Câmara, pois o PT, para fazer dois deputados federais, vai ter que rebolar. Assim sendo, Givaldo colocou em risco as pretensões do ex-prefeito de Cariacica Helder Salomão, do lulista Perly Cipriano e da atual deputada federal Iriny Lopes.
Rompido
Aliás, a ambição política de Givaldo levou ao rompimento dele com o seu protetor, o ex-prefeito de Vitória João Coser.
Retrato
Para melhor conhecer o PT de hoje, recorram à leitura da entrevista publicada em Século Diário neste sábado (2), com um dos mais antigos líderes do partido, José Otávio Baioco. A coluna recomenda.
PENSAMENTO:
"Você pode enganar uma pessoa por muito tempo, algumas pessoas por algum tempo, mas não consegue enganar todas as pessoas por todo o tempo.“ Abraham Lincoln
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