sábado, junho 14, 2025
17.9 C
Vitória
sábado, junho 14, 2025
sábado, junho 14, 2025

Leia Também:

Francamente!

Um dos pontos que mais chamou a atenção da coluna na entrevista do governador Paulo Hartung (PMDB) ao jornal Metro, nessa quarta-feira (21), foi o trecho em que ele afirma que para fazer o programa Escola Viva, a equipe escalada por ele para trabalhar na Secretaria de Educação do Estado (Sedu) tinha a missão de “cortar o desperdício para fazer mais Escola Viva”.

Parece ser brincadeira, mas o governo que soma aos recursos da educação dinheiro de inativos para atingir os 25% da receita na Educação, diz que havia “desperdícios” na aplicação de recursos na área. É cortando o “desperdício” que o governo conseguiu os recursos para pagar à Faesa R$ 62 mil mensais por um dos prédios, com a opção de compra no trigésimo mês de contrato.

Enquanto isso, algumas escolas tiveram que fechar as portas para que o governo pudesse economizar para bancar o programa. Entre elas, a Escola  Estadual Maria Ericina Santos, localizada no morro da Santa Clara, em Vitória. Os alunos foram transferidos para uma outra unidade no bairro Mario Cipreste, onde os moradores do Santa Clara não podem entrar por questões ligadas ao tráfico de drogas.

Outro “desperdício” cortado pelo governo foram as escola do campo. Mostrando completo desconhecimento sobre a pedagogia da alternância, o governo entendia que não se faziam necessárias as escolas porque o número de alunos era pequeno e que os professores recebessem “sem trabalhar” no período em que os estudantes estivessem no campo.

Hartung diz na entrevista que o sistema educacional brasileiro está atrasado 40 a 50 anos. Mas a visão mercadológica do governador sobre a educação, baseado na meritocracia, exclui a camada da população que mais precisa do serviço público de educação.

O que o governador talvez não tenha percebido, ainda, é que meia dúzia de alunos felizes com seu programa excludente pode agradar meia dúzia de famílias, mas 40 alunos de uma escola no interior deixados à míngua pelo governo podem irritar uma cidade inteira. 

Mais Lidas