
Há dez dias publiquei nota neste espaço sobre a contratação sem licitação da Fundação Dom Cabral pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), para “serviços de assessoria técnica e aprimoramento da gestão estratégica”, pela bagatela de quase R$ 1,4 milhão. O trabalho, segundo o órgão, é voltado para o Plano Executivo 2016, que seria ligado ao Planejamento Estratégico 2016-2020. As medidas foram até lançadas em solenidade pelo presidente do Tribunal, Sérgio Aboudib, aquela coisa toda. Logo de primeira o valor chamou atenção, já que só se fala em crise e contenção de despesas. Esse cenário, inclusive, tem sido utilizado pelo TCE como justificativa para não efetivar a correção inflacionária de seus servidores. Agora, se for comparar com os contratos anteriores da mesma Fundação Dom Cabral, com objetos semelhantes, aí, sim, é de cair pra trás. Em 2014, a instituição recebeu R$ 90,7 mil, no ano passado o valor já tinha dado um salto para R$ 238,8 mil, e neste mês chegou a nada menos do que quase R$ 1,4 milhão! Calcula aí a diferença…
Saída
O governo Hartung exonerou o subsecretário de Estado da Saúde para Assuntos de Administração e de Financiamento da Atenção à Saúde, José Hermínio Ribeiro. O ato publicado no Diário Oficial informa que foi “a pedido”, mas há controvérsias. A saída dele ocorre poucos dias depois do anúncio de investigação da polêmica dos repelentes. A gestão estadual pagou três vezes mais (R$ 23,50) do que as prefeituras da Serra (R$ 8,80) e Conceição da Barra (R$ 9,30) pelo mesmo produto.
Chegada
No lugar de Hermínio, assume Carlos Luiz Tesch Xavier. Em abril do ano passado, ele apareceu em outra polêmica, das auditorias para apurar os empenhos do governo Renato Casagrande (PSB). Xavier entrou na lista de servidores exonerados após divulgação dos resultados (que não tinham nada de errado), sem informação prévia ao então secretário de Transparência, Marcelo Zenkner.
Lembrando…
O governo Hartung, primeiro, negou, negou e negou qualquer irregularidade na compra dos repelentes. Só que aí, com tantas evidências e denúncias, se viu obrigado a recuar e tentar oferecer uma resposta à população.
Supresinha
A bomba lançada em Brasília nesta segunda-feira (9) deixou a bancada capixaba alvoroçada. A maioria correu para se posicionar contra a anulação do processo de impeachment pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Por aqui, só os petistas Givaldo Vieira e Helder Salomão votaram contra a saída de Dilma. Sérgio Vidigal (PDT) deveria ter feito o mesmo, porém, descumpriu orientação do partido e virou alvo de processo de expulsão.
Supresinha II
O deputado Marcus Vicente, correligionário de Maranhão, foi ainda mais longe. Disse que vai trabalhar dentro do PP pela expulsão urgente do presidente interino da Câmara.
Tiro no pé
Já Carlos Manato (SD), corregedor-geral da Câmara, parece que não entendeu as entrelinhas e esbravejou que irá recorrer da decisão de Maranhão. Acontece que, como já circula nos bastidores, a estratégia tem o dedo do presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vem a ser aliado de Manato e quem o colocou na função.
Troca-troca
Com a ida de Anselmo Tozi para a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), quem assumiu seu lugar na Cesan, na Diretoria de Meio Ambiente, foi o engenheiro eletricista Amadeu Zonzini Wetler. Ele ocupava o posto que agora é de Tozi na agência, a Diretoria de Infraestrutura de Reservação e Distribuição Hídrica.
Aí, não!
O Ministério Público Estadual investiga desmatamentos realizados pela empresa Ônix Construções S/A no rio Jacaraípe, sem autorização do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf). Trata-se de vegetação nativa de mangue localizada em área de preservação permanente, como diz portaria publicada pelo órgão ministerial. A Ônix é responsável pelas obras de macrodrenagem do rio, que somam R$ 10 milhões.
Nas redes
“Segunda temporada está melhor que a primeira…quem precisa de série da Netflix com uma política nacional dessas?!!!”. (Sáskia Sá – diretora e roteirista – no Facebook)
PENSAMENTO:
“Como as coisas andam, a política nada mais é que corrupção”. Jonathan Swift