Nos bastidores da Assembleia tem gente dizendo que o projeto de decreto legislativo do deputado Euclério Sampaio (PDT), que quer colocar um ponto final na cobrança do pedágio da Terceira Ponte foi um tiro no pé. Na verdade, uma postura da Casa nesse sentido pode fazer com que o legislativo saia bem do meio do furação que se tornou o cenário político do Estado nesses dias de intensa movimentação.
Os protestos pegaram a classe política de cima a baixo. Mas as insatisfações atingem de forma mais contundente o legislativo, porque há tempos a população carrega um sentimento de rejeição aos parlamentares seja em nível nacional, seja no Espírito Santo.
Assim como a questão da PEC 37 aliviou a pressão sobre o Congresso Nacional, a proposta de Euclério, se aprovada, mesmo sendo considerada inconstitucional, pode acalmar os ânimos das ruas. O problema é que desde que foi instituído o voto aberto para todas as matérias na Casa, ficou muito difícil para os deputados votarem contra o governo.
E como se trata de decreto legislativo, o governo já entrou em campo para tentar evitar a aprovação da proposta. A questão é difícil e a Assembleia pode se sair muito bem com a população ou muito mal. Aprovar a urgência, aprovar a matéria são ações que ajudam a preservar a imagem do legislativo, que poderá ir para o recesso, no próximo dia 17, mais aliviado.
Mas se preferirem aderir ao acordo institucional para proteger o governo e a empresa vão correr um risco muito grande. O plenário, às voltas com a instabilidade do cenário eleitoral para o próximo ano, agora terá que se preocupar com a pressão das ruas, que pode ser mais preocupante do que uma movimentação errada de coligação.
Fragmentos:
1 – O PSDB está vendo uma luz no fim do túnel com a queda da popularidade de Dilma Rousseff. Mas, será que o partido não tem visto as placas de “Aécio Never” Brasil afora.
2 – O governo do Estado rejeitou o projeto de lei do deputado Gilsinho Lopes (PR), que proíbe a discriminação contra pessoas do serviço público que usam tatuagem. Não era nem para ter lei, mas diante do conservadorismo que se respira no Estado, poderia ter aprovado.
3 – O governador Renato Casagrande tanto disse que queria conversar com os manifestantes, mas não vai participar do encontro nesta terça-feira (2) no Palácio da Fonte Grande.