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No palanque, não

Grande parte das lideranças capixabas que pretendem disputar as eleições municipais este ano querem o apoio do governador Paulo Hartung (PMDB). Mas isso não significa que os futuros candidatos palacianos pretendem caminhar de mãos dadas com o governador pelas ruas de suas cidades ou aparecer na foto do santinho ao lado do peemedebista. 
 
A busca do apoio do governador é esperado antes do processo eleitoral começar. A capacidade de Hartung de dominar as articulações, mexendo as peças nos tabuleiros, unindo e afastando partidos, inflando ou desidratando candidaturas, é o que realmente interessa para a classe política. 
 
E isso o governador vem fazendo muito bem. Em todos os municípios, essas movimentações estão acontecendo. As lideranças que vêm ao Palácio Anchieta procurar o conselho do governador, querem é a ingerência nas composições dos grupos para a disputa. 
 
Quanto ao partido, não é interessante misturar as coisas. A eleição é municipal e a ingerência da disputa indireta de Hartung e Renato Casagrande (PSB) mais atrapalha do que ajuda nas disputas locais. As características de cada município é que vão determinar o desempenho de palanque dos candidatos, independentemente de seu puxador de votos estadual. 
 
Na verdade, o caminho é inverso. Em 2014, Hartung contou com o trabalho localizado das lideranças, sobretudo no interior, para sustentar seu palanque. Com grande parte dos prefeitos fechados com Renato Casagrande, ele buscou o apoio dos ex-prefeitos ou dos derrotados na disputa de 2012 para equilibrar o jogo. 
 
Mas a política adotada depois de sua eleição, que fechou as torneiras para os municípios, prejudica a movimentação de Hartung como puxador de votos. A imagem do governador com o eleitorado é bem diferente daquela que ele construiu ao deixar o governo em 2010. 
 
Por isso, é melhor ter Hartung atuando nos bastidores do que tê-lo como companhia no palanque eleitoral. Pode repetir o efeito que teve na campanha de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), em Vitória, em 2012, tirando votos em vez de atrair. 
 
Fragmentos
 
1 – “Queremos o protagonismo do PP neste momento, já que não comungamos com a situação em que nos encontramos, provocada por este desgoverno atual”, disse o deputado federal Marcus Vicente sobre a saída do partido da base do governo Dilma Rousseff.
 
2 – Os deputados Enivaldo dos Anjos (PSD) e Hércules Silveira (PMDB) se desentenderam na sessão ordinária desta quarta-feira (23), na Assembleia Legislativa. 
 
3 – Hércules chamou Enivaldo para participar de uma visita a um rio e Enivaldo disse que papel de deputado é aprovar leis que protejam o meio ambiente. Visitas eram perfumaria. Hércules não gostou da provocação e rebateu: “Apresente um projeto que eu voto a favor”. 

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