Segunda, 29 Abril 2024

Novas formas de luta

A luta por um sindicato cidadão não é uma coisa atual, vem desde a implantação do sindicalismo combativo. No entanto, ao longo deste tempo as lideranças não conseguiram organizar uma forma de luta coerente com os movimentos, só se apegando aos confrontos. Neste sentido, o patronato se adaptou e descobriu a fragilidade pela qual passavam as lideranças – principalmente financeira. Não conseguindo vitória neste confronto na “queda de braço”, o empresariado criou o sindicato patronal e saiu do confronto direto, buscando outras formas de luta.



Esta nova forma se configura no diálogo, evitando os confrontos, acreditando no poder normativo da Justiça do Trabalho – assim como os sindicatos dos trabalhadores atualmente. Neste novo cenário, o empresário passou a seduzir as lideranças de trabalhadores com benefícios, foram criados planos de saúde, seguro de vida e os tíquetes alimentação, que são formas de tirar as benesses para as lideranças – que achando que está bom, fazem o jogo do empresário.



No entanto, a liderança sindical tem inúmeras alternativas. Na construção civil, por exemplo, é possível que as lideranças dos trabalhadores busquem interagir junto aos órgãos públicos nas ocasiões das audiências públicas para que os direitos dos trabalhadores sejam garantidos nas condicionantes das execuções das obras. No Estado, os cargos de salários mais altos são ocupados por pessoas de outros estados, sobrando para os trabalhadores os cargos mais baixos, a mão de obra pesada – que é o que paga a conta.



Um outro exemplo é a Petrobras, que adota um expediente que poderia ser alvo de pedido de revisão por parte dos sindicatos dos trabalhadores. A alimentação dos trabalhadores da empresa no Estado – principalmente em São Mateus (região norte) – é fornecida por uma empresa de Sergipe. Caso essa empresa subcontrate outra no Estado, o custo é elevado e este montante poderia ser repassado aos trabalhadores em forma de outras conquistas. Em outro cenário, se esta empresa se estabelecesse no Estado, iria sobrar para trabalhadores locais somente os cargos de baixos salários, sendo os melhores ocupados por pessoas de fora, da confiança da empresa.



O sindicato cidadão, nesses casos, buscaria a interação com os órgãos públicos, acertando nas condicionantes uma forma de acordo que beneficiaria não só a categoria, mas toda a sociedade capixaba, diminuindo as benesses às lideranças.  Isso seria muito bom para as próprias lideranças e ótimo para os trabalhadores e para a sociedade, já que além da conquista financeira, as lideranças se orientariam ao se projetarem a cargos públicos – que é o que a maioria delas buscam. 

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