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O mínimo é mais

A semana na Assembleia Legislativa foi marcada por uma movimentação que colocou em destaque a fragilidade da liderança do governo, mas o que chama a atenção, é que mesmo com o método da cotovelada do governo, os deputados ainda agradecem o tratamento. A base continua forte e tenta justificar algumas atitudes que não têm justificativa. 
 
É verdade que nem todos agem assim. Um grupo de deputados, que é o alvo do governo, porque cobra e critica, vem mantendo a cabeça erguida. Seus projetos recebem sempre a orientação da liderança para que o plenário rejeite. Todos os questionamentos são rebatidos com nem um pouco de delicadeza, isso tem causado atritos dentro do plenário. 
 
A verdade é que a base teme ter que pagar pela “ousadia” de meia dúzia de deputados, que veja só, querem exercer seu trabalho. O que esses parlamentares, como Enivaldo dos Anjos (PSD), Sérgio Majeski (PSDB) e em certos momentos Bruno Lamas e Freitas, do PSB, vêm fazendo ganha destaque porque destoa do restante do plenário, mas é apenas cumprir as funções para as quais foram eleitos. 
 
É que hoje, no Brasil, o jogo de coalizão ou unanimidade, como queira, acabou anestesiando a sociedade, e quando surge alguém, fazendo seu trabalho, acaba saltando aos olhos. É o caso do juiz federal Sérgio Moro, que vem ganhando notoriedade nacional por sua atuação nas apurações de denúncias de corrupção. Está fazendo o papel que lhe cabe, mas virou herói nacional. 
 
Neste sentido, explica-se a popularidade do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que deve contabilizar isso em sua entrada no processo eleitoral de Vitória. Quem não soube lidar muito bem com esse fenômeno foi o atual diretor-presidente do Detran, Fabiano Contarato. Em sua passagem pela delegacia de trânsito, ele se notabilizou por sua atuação rígida em relação aos infratores. Se tornou uma figura popular nas redes sociais e pavimentou um caminho que o levou à vida política. 
 
Mas de candidato ao Senado na chapa de Renato Casagrande (PSB), Contarato aceitou um cargo burocrático no grupo de Hartung, o que diminui sua visibilidade política. O vazamento de multas e infrações que teriam sido cometidas pelo delegado no trânsito também minaram sua credibilidade com seu público, mas ele ainda mantém uma reserva de capital política que pode o levar a disputas futuras. 
 
Em tempos de crise moral no cenário político, quem faz seu trabalho acaba se destacando na multidão. A grande dúvida é saber o quanto essa disposição para o debate político resiste às investidas de quem não quer outras estrelas brilhando ao seu lado. 

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