Por que o governador Paulo Hartung (PMDB) não olha o próprio umbigo antes de criticar certas coisas? Faria bem. Veja, por exemplo, ele condenando o reajuste concedido pelo governo Michel Temer (PMDB) aos servidores, especialmente do Judiciário. Falou que o país entrou numa “marcha da insensatez” – uma expressão nova e vibrante que de vez em sempre ele usa. Mas digamos que essa marcha conhece bem o Espírito Santo. A primeira Era Hartung elevou substancialmente o orçamento do judiciário capixaba. Vejamos. O orçamento do Ministério Público Estadual (MPES) foi de R$ 105 milhões em 2004 para R$ 219 milhões em 2010. O orçamento do Tribunal de Justiça (TJES) saltou de R$ 360 milhões para R$ 647 milhões no mesmo período. A evolução no Tribunal de Contas (TCES) mostrou-se razoável: foi de R$ 55 milhões para R$ 82 milhões, também no mesmo período. Na marcha da insensatez, Hartung é maratonista. Deixa pra lá
Interessante que o governador Paulo Hartung (PMDB) tenta transferir o ônus dos reajustes para o Congresso Nacional. Mas o patrono da medida é o interino Michel Temer (PMDB). Mas já que ele encaixou a Ana Paula Vescovi na Secretaria do Tesouro Nacional, melhor deixar quieto, não é?
Falando em Ana Paula…
A fala do advogado Luís Fernando Nogueira Moreira, acolhida pela edição desta sexta-feira (3) da Folha de S. Paulo, deu um tempero diferente à chegada de Ana Paula Vescovi à Secretaria do Tesouro Nacional. Mostrou que Hartung é o rei dos incentivos fiscais às grandes empresas. Em comparação com outros estados, Hartung dá incentivo como Neymar faz gol. Um artilheiro.
Terceira via
Vandinho Leite (PSDB) está cuspindo marimbondo. Candidato na Serra, não aguenta mais ouvir nas ruas que não é não é mais candidato. Para quem se considera o único político capaz de encerrar o eterno retorno entre Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (Rede) no comando da prefeitura, é para ficar uma arara, mesmo.
Alma do negócio
Tratando-se de eleição na Serra, vale registrar a tática do atual prefeito: Audifax governou os quatro anos por outdoor. Inundou a cidade com propaganda de obras e fotos do prefeito. Algo que não é iniciativa dele: aprendeu com Vidigal, que também comandava a cidade por outdoor.
As asas de Manato
Agora que tem um chamativo porta-estandarte eleitoral, que é o deputado estadual Amaro Neto (SDD), o deputado federal Carlos Manato (SDD) negocia com Audifax o embarque da Rede na candidatura de Amaro em Vitória. Manato é assim: cada eleição ele é um poleiro diferente. Já teve no de Vidigal e, agora, no de Audifax.
O barco de Manato
Bom lembrar que a reeleição de Manato na Câmara dos Deputados passa pelo êxito de Amaro Neto. Se Amaro subir, ele sobe. Mas se afunda, Manatinho vai junto.
Indiretas do bem…
Na quarta-feira (1), Hartung participou da posse dos membros Conselho Superior do Ministério Público (CSMP). Coisa inédita, que causou surpresa aos presentes, já que se trata de evento interno. Não só foi, como lhe foi franqueada a palavra. Hartung mostrou então qual o objetivo de sua presença: mandar um recado. Disse que não adianta que os membros do MP sejam felizes se o restante da sociedade não for feliz também.
…só que não
Na hora, pairou o constrangimento. Mas com a aprovação na madrugada dessa quinta-feira (2) “pauta-bomba” na Câmara dos Deputados, que inclui um gordo reajuste para o funcionalismo público, Hartung quis dizer que se houver o “efeito cascata”, não vai conceder reajuste. Balela, já que isso é definido por lei.
Eu fico
Desde que começou a crise do PT Nacional, muita gente deixou a sigla e muito se falou que o deputado federal Helder Salomão deixaria o partido. Mas ele segue firme na sigla e fazendo a defesa de seu legado. Até porque nos meios políticos há a impressão de que a crise nacional não cola em sua imagem.
140 toques
“Ontem eu e + 6 colegas dissemos ao Meireles q não votamos aumento de impostos. Disse que CPMF p/ mim é um fantasma”. O deputado federal Max Filho (PSDB) no twitter sobre o encontro realizado quarta (1) com o ministro da Fazendo de Michel Temer, Henrique Meirelles.
Pensamento
“O poder sem abuso perde o encanto”. Paul Valéry

