Para aonde vai?
Se tem uma liderança política que está se movimentando muito no Estado, esta liderança é sem dúvida o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). Enquanto o governador Renato Casagrande (PSB) tenta esfriar os ânimos em relação às incertezas nacionais, Hartung aproveita essa instabilidade para costurar seu projeto com aliados.
Mas que projeto seria esse? O mercado está cheio de dúvidas sobre o posicionamento do ex-governador, o que aumenta as especulações e ajuda a criar um clima político bastante favorável para as movimentações de Paulo Hartung rumo a 2014.
A primeira instabilidade se coloca em relação ao abrigo partidário de Hartung. Dentro do PMDB, o grupo do ex-governador vem perdendo força. Sintoma percebido nos encontros do partido no interior, que não têm atraído a multidão esperada e nas próprias reuniões internas.
Se Hartung quiser disputar o Senado pelo partido, vai ter de enfrentar uma prévia com a deputada federal Rose de Freitas, que não estaria disposta a entregar a candidatura de mão beijada para o ex-governador.
Outro caminho partidário que começa a ganhar muito fôlego seria o retorno ao PSDB. Para isso, o ex-governador conta até com um garoto propaganda, o presidenciável tucano, senador por Minas Gerais Aécio Neves. No PSDB, Hartung poderia disputar livremente o Senado ou erguer um palanque para o presidenciável tucano, com uma candidatura ao governo do Estado.
Mas esta é uma nova dúvida. Vai mesmo Hartung entrar na disputa majoritária, enfrentando o palanque de Renato Casagrande à reeleição, a quem adotou como seu sucessor em 2010? Com que discurso? E mais: terá Hartung fôlego para enfrentar o palanque do senador Magno Malta (PR)?
Vai ser muito difícil colocar no senador o rótulo do crime organizado, uma marca que o ex-governador recorreu durante seu governo para minar as pretensões eleitorais de seus adversários. Até porque, quem tem problemas com denúncias de irregularidades no governo é Hartung.
Nos meios políticos muita gente já avalia que essa discussão sobre o posicionamento de Hartung pode ser apenas um termômetro para medir seu prestígio e movimentar as costuras, para que possa ter um lugar de destaque nas articulações palacianas, deste ano, garantindo seu espaço político. Se ele vai mesmo disputar e com que partido, isso é outra questão...
Fragmentos:
1 – Entre os projetos de emancipação política desengavetados na Assembleia Legislativa, os mais preocupantes são os pedidos das criações dos municípios de Campo Grande, em Cariacica e Itaipava, em Itapemirim, no sul do Estado.
2 – Campo Grande é um dos centros comerciais mais importantes da Grande Vitória e a perda desta região para o grande e complicado município de Cariacica seria um desastre.
3 – Já Itaipava, que abria a maioria da população do município de Itapemirim, se emancipado, decretaria o fim da cidade. A Assembleia Legislativa deve olhar o processo emancipatório com muita calma e responsabilidade ou poderá criar 12 dores de cabeça para o Estado.
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