Segunda, 29 Abril 2024

Pombas e tucanos

A vinda do candidato derrotado na eleição de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, para o governo do Estado, em um cargo de integração com os municípios, levanta uma questão sobre até onde pode ir essa aproximação do governador Renato Casagrande com o ninho tucano.



O governador socialista disputou com o próprio Luiz Paulo o governo do Estado, e apesar da vitória acachapante de Casagrande, houve conflitos nas bases de atuação dos dois partidos, o que faz parte do jogo. O problema é que essa nova aproximação conflita com a base de Casagrande, que se uniu em torno de seu palanque em 2010.



O conflito principal se dá com o PT, adversário de primeira hora do PSDB. Como acomodar as duas siglas em sua base é o desafio do governador. Evidentemente, a afinidade histórica do PSB é com os petistas e não com os tucanos.



Mas o problema não é só ideológico. A arquibancada de Casagrande está cheia e não cabe mais ninguém. São 15 partidos, além do próprio PSB, querendo se acomodar. Por isso, querer empurrar o PSDB nesse grupo vai ser difícil. Vai ter gente que vai chiar.



Além disso, essa movimentação para colocar todo mundo na sua barca pode não ser a mais correta. Casagrande deixa de exercer uma grande virtude política que é a de escolher seu adversário e combatê-lo. Até Paulo Hartung (PMDB) fez isso. Conhecendo-o fica mais fácil controlar a situação.



Essa história de querer agradar a gregos e troianos nunca deu certo e ele pode ser surpreendido mais à frente. Da mesma forma que ele surgiu num de repente e desmontou o sistema de Hartung para manter seu grupo no poder, pode surgir um nome do nada e dar uma rasteira nele.



Fragmentos:



1 – Deixa ver se eu entendi: as empreiteiras têm milhões para “doar” para  candidatos, mas não querem pagar um plano de saúde completo e hora extra de 100% para seus funcionários?



2 – Do outro lado está o empreiteiro com o discurso na ponta da língua: se não apoia o candidato não ganha contrato e aí não emprega ninguém. Estranha essa lógica, não é?



3 – O que é mais difícil de passar no Congresso, o veto de Dilma à redistribuição dos royalties dos campos já licitados ou a MP que destina todo o dinheiro da exploração de petróleo para a educação?

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