Processo seletivo
A aprovação do Projeto de Lei 4470/12, do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), na Câmara dos Deputados jogou um balde de água fria não só no projeto da presidenciável da ex-senadora Marina Silva, mas também das lideranças políticas que estavam com o passaporte carimbado para o novo partido. Sem fundo partidário e tempo de televisão, o partido deixou de ser atraente à classe política. Ainda faltam destaques a serem votados e a aprovação no Senado, mas um certo desânimo já tomou conta das lideranças.
No Espírito Santo, há um comboio de lideranças esperando a possibilidade de mudar de partido. A movimentação do senador Magno Malta (PR) para o governo do Estado está fazendo com que as lideranças do partido para permanecerem no sistema de unanimidade política, gerenciado pelo Palácio Anchieta, esvaziem o PR.
Com a restrição ao partido de Marina, o foco dessas lideranças passa a ser a Mobilização Democrática (MD), formada pela fusão do PPS e do PMN. Mas, nos meios políticos a recado já está sendo passado, sobre o processo de seleção para o ingresso na nova sigla.
Os interesses políticos das lideranças do PPS e do PMN e o conflito interno causado pela acomodação na nova sigla e pelo comando dela, pode barrar muita gente. A demanda das lideranças está muito maior do que a oferta do partido de vagas. Por isso, todos acompanham com atenção os primeiros movimentos do novo partido.
Para quem não tem mandato, a situação é mais simples, porque não corre o risco de ser pego pela lei da fidelidade partidária. E aí o PSB do governador Renato Casagrande também é bastante sedutor. O problema é que o PSB também nunca foi um partido de portas escancaradas.
O mercado político está coalhado de insatisfeitos dispostos a mudar de sigla para buscar uma acomodação nos palanques do próximo ano. O problema é que essa acomodação no Estado não depende necessariamente de identidade partidária e sim de posicionamento no grande palanque do governador Renato Casagrande. De qualquer forma, há muito mais coisas envolvidas no processo eleitoral e mudar de partido pode não ser a solução para manter os mandatos ou conseguir um.
Fragmentos:
1 – A criação da Mobilização Democrática (MD) foi tema de discursos na Câmara de Vila Velha, nessa quinta-feira (18). O vereador Ricardo Chiabai, ex-PPS, falou em revolucionar o sistema partidário atual e também ampliar sua participação social.
2 – Já o vereador do ex-PMN, Arnaldinho Borgo disse que o MD é uma sigla mais forte e mais representativa e que todos ganham com isso, principalmente a democracia.
3 – "Não estamos animados, nem pessimistas. Mas somos persistentes", disse a presidenciável Marina Silva sobre a barreira à fundação de novas siglas. Aliás, como votará a bancada capixaba no Senado sobre o assunto?
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