O novo episódio envolvendo o prefeito Rodney Miranda (DEM) prova, mais uma vez, que ele não mede esforços para tentar se promover politicamente. E o pior: faz isso sempre por meio de fatos que ele mesmo cria. Não à toa, não perde para ninguém o título de gestor midiático. O caso do crime do juiz Alexandre Martins, então, é emblemático. Depois de se apropriar da história e explorar à vontade a tese de mando, com direito à publicação de livro e palestras até fora do Estado, Rodney agora usa o caso para tentar se levantar para a disputa à reeleição e, de quebra, desgastar seu adversário, o ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD). O pano de fundo é sempre o mesmo: o tal combate ao crime organizado. Foi com essa estratégia que Rodney criou a imagem do “Rambo Capixaba”, mesmo com gestão pífia à frente da Secretaria de Estado de Segurança; foi eleito o deputado estadual mais votado do Estado e, logo depois, prefeito de Vila Velha. Mas aí a máscara começou a cair e o “produto Rodney”, criado pelo governador Paulo Hartung (PMDB), recebeu o carimbo de falso. Para piorar, a tal tese de mando, tão propagada por Rodney, ficou no mínimo estremecida após o júri popular do crime. Se antes, com a bola toda, o prefeito não economizava nas suas fórmulas prontas, imagina agora. Até a campanha eleitoral, vai aparecer farsa para dar e vender.
Única versão
Detalhe a mais: em março deste ano, Rodney inventou uma exposição, chamada “Justiça e Coragem”, com 30 quadros criados por estudantes da rede municipal. O prefeito vendeu a proposta da seguinte maneira: contar a trajetória do juiz Alexandre e discutir “impunidade, justiça e relações de poder” – em referência ao crime. Dá pra imaginar a lavagem cerebral, não é?
Ensaiado
O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) aproveitou o aniversário de Vitória para alfinetar seu adversário na eleição de 2016. Sem citar o prefeito Luciano Rezende (PPS) – e nem precisava – publicou artigo com várias críticas à gestão municipal. Com bastante antecedência, já definiu seu discurso de campanha. Olha aí na próxima nota…
Ensaiado II
Palavras de Lelo: “o marasmo reina hoje na cidade”, o “potencial social e econômico está subaproveitado”, a crise não pode ser uma “confortável desculpa para a inação e a incompetência na gestão municipal”, e a “simplória figura do ‘síndico’ não cabe na gestão da prefeitura”.
Pessoal x público
Por falar em Luciano, pela primeira vez o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema) pode ficar sem representatividade do Conselho Popular de Vitória (CPV). Nos bastidores, dizem que o motivo é este: as desavenças entre o presidente de entidade, Robinho da Ilha, e o prefeito.
Nos tribunais
Para quem não se lembra, em abril deste ano o prefeito processou Robinho, alegando ter sofrido ameaças, mas não foi à audiência do caso, o que resultou na extinção da ação. Aí foi a vez de Robinho ir às forras. O presidente do CPV entrou com ação criminal contra Luciano por crime de calúnia, uso de máquina e denunciação caluniosa. O processo ainda corre.
Porta aberta
Embora o deputado federal Carlos Manatto (SD) não demonstre qualquer preocupação com a saída dos quatro vereadores do partido na Serra, que no caso formam a maior bancada da Câmara, a “rebelião” deve resultar em prejuízos. Partido novo, o Solidariedade vai ficar órfão no legislativo. E logo no município onde Manatto tem base eleitoral forte.
Sem efeito
A Câmara de Vitória aprovou o projeto do vereador Luisinho Coutinho (SDD) que institui o dia 30 de julho como o Dia Municipal de Combate ao Pó Preto. A intenção, diz ele, é provocar o debate sobre o problema na Capital. Muito bonito, mas não faz nem cócegas diante do tamanho do abacaxi.
Absurdo
Quem aciona por telefone o Centro de Atendimento Toxicológico (Toxcen) no Estado, fica a ver navios. Olha só que coisa: os telefones disponíveis no site institucional do governo, nas listas telefônicas e buscas na internet são todos antigos. Tocam, tocam e nada. Isso porque, teoricamente, é um serviço de urgência. Teoricamente…
Absurdo II
Exatamente pela importância do atendimento, anunciado como disponível durante 24 horas, o mínimo que se espera, no caso de mudança de telefones, são aquelas mensagens gravadas indicando os novos números. Até tem uma mensagem, mas só diz que estão indisponíveis. E você acha que é só com o Toxcen? Quem precisa falar com o Hospital Infantil, onde fica o centro, o drama é exatamente o mesmo.
140 toques
“#FrutoDoNossoTrabalho:amanhecemos com uma boa notícia.O ES caiu de 2º estado mais violento do país para a 8ª posição”. (Ex-governador Renato Casagrande – PSB – no Twitter).
PENSAMENTO:
“Político sem mandato é como puta sem cama”. Flores da Cunha