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Risco iminente

Nessa quarta-feira (24), a Câmara dos Deputados realizou um seminário sobre as novas regras para as eleições de 2016 e os especialistas que por lá passaram apontaram o risco de haver um aumento de despesas não declaradas nas campanhas, o chamado caixa dois. A apreensão é que a falta de tradição do brasileiro em fazer doações individuais aos candidatos leve a essa situação.
 
O caixa dois sempre foi uma realidade nas eleições no Brasil, com o ou sem financiamento privado de campanha. É inocência achar que de uma hora para a outra, a classe política vai abrir mão das campanhas milionárias que são, sim, um diferencial na disputa eleitoral. 
 
Trazendo para o cenário capixaba, a situação se torna muito evidente. As disputas nos municípios este ano serão concorridas e como a eleição é curta, com apenas 45 dias, o fator financeiro pode determinar vitórias ou derrotas. 
 
Boa parte dos nomes colocados para os pleitos também são de políticos com trajetórias já conhecidas e muitos estão acostumados a eleições com recursos fartos dos financiadores, que depois vão se tornar os fornecedores e empreiteiros das prefeituras.  
 
Com a nova legislação, a intenção é fazer com que a disputa fique mais igualitária, mas será mesmo que políticos tradicionais vão se reinventar, procurando formas alternativas de disputar a eleição com o cofre vazio? É claro que vão acontecer doações por baixo do pano em algumas disputas. E não vai ser tão difícil observar, o volume de campanha vai denunciar quem vai estiver procurando o jeitinho brasileiro para driblar a lei.
 
A legislação coloca restrições ao formato dos programas de TV e à publicidade em cartazes com o objetivo de reduzir os custos das campanhas e, consequentemente, a influência do poder econômico no resultado do pleito. Por isso, as autoridades fiscalizadoras deverão redobrar o trabalho para tentar minimizar as práticas, mas isso também será novo para a Justiça Eleitoral. Será trocar o pneu com o carro andando. 

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